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Copom confirma novo aumento da Selic em março, com juros a 14,25%

Com a elevação prevista pelo BC, juros vão atingir o mesmo patamar de julho de 2015, durante a crise econômica no governo Dilma Rousseff

atualizado

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Raphael Ribeiro/Divulgação BC
imagem colorida dos integrantes do Copom, sob gestão de Gabreil Galípolo
1 de 1 imagem colorida dos integrantes do Copom, sob gestão de Gabreil Galípolo - Foto: Raphael Ribeiro/Divulgação BC

A taxa básica de juros do Brasil, Selic, deve ser elevada em mais um ponto percentual em março. Com isso, chegará a 14,25% ao ano, o mesmo patamar de julho de 2015, durante a crise no governo Dilma Rousseff. Antes disso, ela só havia chegado a esse nível em agosto de 2006.

É isso o que aponta o comunicado divulgado pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), nesta quarta-feira (29/1). No documento, o órgão do BC justificou a elevação de um ponto percentual da taxa, agora fixada em 13,25% ao ano.

Informou o Copom, no comunicado: “Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de mesma magnitude na próxima reunião [em março]. Para além da próxima reunião, o Comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação.”

Na nota, o Copom considerou ainda que o “ambiente externo permanece desafiador em função, principalmente, da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos”. Para os diretores do BC, tal fato “suscita mais dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed (o Federal Reserve, o banco central americano)”.

Altas expectativas

O órgão do BC destacou ainda que as “expectativas de inflação para 2025 e 2026 apuradas pela pesquisa Focus elevaram-se de forma relevante e situam-se em 5,5% e 4,2%, respectivamente”. O comunicado ressalta: “A projeção de inflação do Copom para o terceiro trimestre de 2026, atual horizonte relevante de política monetária, situa-se em 4,0% no cenário de referência.”

Indicação esperada

Essa indicação de um novo aumento de um ponto percentual em março já era esperada por analistas. Parte desses técnicos, considera o quadro da economia piorou em muitos aspectos desde a penúltima reunião do Copom, realizada em dezembro, Essa deterioração atingiu, por exemplo, as expectativas de inflação.

De acordo com análise do Banco Daycoval, em dezembro, as estimativas para a inflação de 2025 e 2026 estavam, respectivamente, em 4,59% e 4%. Agora, passaram para 5,50% e 4,22%. A previsão do IPCA para este ano também aumentou. Foi de 4,5% para 5,3%.

Atividade econômica

A atividade econômica, apontam os economistas, continua forte, o que exerce pressão de alta nos preços dos produtos. Embora a economia tenha apresentado uma leve queda no fim de 2024, a previsão é que reaqueça em 2025, puxada por um desempenho mais parrudo do agronegócio.

Efeito Trump

O campo das incertezas descrito pelos analistas comporta ainda a presença de Donald Trump na Casa Branca. As medidas já anunciadas pelo presidente americano de aumento de tarifas – ainda não confirmado – e deportação de imigrantes. Ambas as iniciativas são consideradas “inflacionárias”.

Uma vez confirmadas, elas podem comprometer o ritmo de queda de juros nos Estados Unidos, aumentando a atratividade dos títulos da dívida americana, os Treasures. Se isso ocorrer, a tendência é de pressão de alta na cotação do dólar e intensificação de queda das Bolsas de Valores em países emergentes, como é o caso do Brasil.

Nesse sentido, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) não alterou nesta quarta-feira o patamar dos juros dos EUA após três cortes seguidos nas últimas reuniões. A manutenção era esperada pelo mercado. A taxa permaneceu no intervalo entre 4,25% a 4,5%.

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