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Copom agiu bem e afastou chance de cortes maiores, dizem analistas

Segundo economistas e agentes do mercado, Copom foi prudente ao baixar Selic em 0,5 ponto percentual e deve manter esse ritmo de queda

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Fachada do prédio do Banco Central do Brasil em Brasília - Metrópoles
1 de 1 Fachada do prédio do Banco Central do Brasil em Brasília - Metrópoles - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

A decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de reduzir a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 12,75% ao ano, foi adequada e afasta qualquer possibilidade de aumento do ritmo de cortes pelo menos até o fim de 2023.

A avaliação é de economistas e agentes do mercado ouvidos pela reportagem do Metrópoles pouco depois do anúncio do BC. Segundo os analistas, o Copom deve manter a sequência de cortes de 0,5 ponto percentual ao menos nas duas últimas reuniões deste ano, em novembro e dezembro.

“O comunicado do Copom elimina essa possibilidade de qualquer queda de 0,75 ponto percentual. Ele ressalta ainda que há muita incerteza em relação ao mercado externo e preocupação sobre a resiliência da atividade no Brasil, o que pode gerar pressões inflacionárias”, afirma Ricardo Jorge, sócio da Quantzed.

“O comunicado ressalta que é necessário ter serenidade e moderação com o processo de flexibilização monetária, indicando que o comitê vai ser cauteloso em relação a esse ritmo de corte da taxa de juros”, completa Jorge.

Raphael Vieira, co-head de Investimentos da Arton Advisors, chama atenção para a preocupação do BC em reforçar “a importância de se perseguir as metas fiscais” e “observar o conjunto de dados ao longo dos próximos meses para avaliar se esse ritmo de redução poderia ser passível de mudança”.

“O BC chamou atenção para um ambiente global mais incerto com menor crescimento projetado para a China e elevação dos juros nos EUA”, afirma Vieira.

Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, segue a mesma linha. “Pouco importava a decisão em si. O que estava em jogo era o tom do comunicado. Assim como nos Estados Unidos, vemos certas curvaturas mais cautelosas por parte da autoridade monetária”, diz.

Isso esvazia aquela chance, ainda que marginal, de um eventual corte de 75 pontos-base em dezembro.”

Não ter surpresas é bom

Para Benito Salomão, especialista em finanças públicas e doutor em economia pelo PPGE-UFU, o fato de o Copom não ter surpreendido na decisão é positivo.

“Política monetária, quando é conduzida pegando as pessoas de surpresa, pode gerar consequências muito ruins, como a perda de credibilidade do BC. Não foi o caso. O BC fez o que estava anunciado nas atas e comunicados de reuniões passadas e já sinalizou o que fará nas próximas reuniões”, afirma o economista.

“Havia uma certa inquietação de que o ciclo de baixa do BC pudesse ser acelerado com quedas maiores. O BC está sinalizando que isso não vai acontecer e que ele vai manter o ritmo dele, o que é correto. Não há motivo para o BC tomar medidas açodadas. O BC está fazendo um trabalho correto”, concluiu.

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