Conheça os secretários anunciados por Simone Tebet no Planejamento
Número 2 de Tebet será o economista Gustavo Guimarães; Paulo Bijos, secretário de Orçamento, é autor de uma proposta de nova âncora fiscal
atualizado
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A ministra do Planejamento, Simone Tebet, anunciou nesta quarta-feira (11/1) os primeiros cinco nomes de sua equipe na pasta.
Como noticiado mais cedo pelo Metrópoles, o número 2 do Planejamento será o economista Gustavo Guimarães, escolhido como secretário-executivo do ministério.
Também foram anunciados Paulo Roberto Bijos (Secretaria do Orçamento Federal), Renata Amaral (Secretaria de Assuntos Econômicos, Desenvolvimento, Financiamento Externo e Integração Nacional), Leany Lemos (Secretaria do Planejamento) e Sérgio Firpo (Secretaria de Monitoramento e Avaliação para o Aperfeiçoamento de Políticas Públicas).
Saiba mais sobre a trajetória de cada um dos integrantes da equipe de Simone Tebet
Gustavo Guimarães (secretário-executivo)
Graduado em ciências econômicas pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Guimarães é mestre em economia pela Universidade Federal Fluminense (UFF).
Ele foi secretário parlamentar do Senado Federal e secretário-adjunto da Fazenda, além de secretário de Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria no antigo Ministério da Economia, comandado pelo ex-ministro Paulo Guedes.
Sua experiência profissional é focada nas áreas de macroeconomia e econometria.
Paulo Bijos (secretário de Orçamento Federal)
Bijos é consultor de Orçamento da Câmara dos Deputados e ocupará a Secretaria de Orçamento Federal, responsável pela coordenação e supervisão da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da proposta de Orçamento anual (LOA). A secretaria também faz o acompanhamento da execução orçamentária.
Ao lado do diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI), Daniel Couri, Bijos é autor de uma proposta de nova âncora fiscal. Caberá ao Ministério da Fazenda, comandado por Fernando Haddad, encaminhar uma proposta ao Congresso até agosto, para a substituição do teto de gastos.
Bijos e Couri defendem um plano fiscal de médio prazo atrelado à revisão periódica de gastos, modelo adotado em outros países. Eles também são favoráveis à limitação de despesas para cada item orçamentário.
Leany Lemos (secretária do Planejamento)
Servidora de carreira do Senado Federal desde 1993, Leany Lemos é mestre em ciência política e doutora em estudos comparados sobre as Américas, pela Universidade de Brasília (UnB).
Ela foi secretária de Planejamento, Orçamento e Gestão do Distrito Federal (2015 a 2018) e do Rio Grande do Sul (2019 a 2020).
Renata Amaral (secretária de Assuntos Econômicos, Desenvolvimento, Financiamento Externo e Integração Nacional)
Doutora em direito e comércio internacional pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e pela Universidade de Maastricht (Holanda), Renata Amaral tem histórico na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Ela participou de negociações comerciais bilaterais e tratou de questões relacionadas a políticas comerciais domésticas.
A nova secretária de Financiamento Externo da pasta é fundadora da Women Inside Trade Association e vice-presidente do ABCI Institute.
Sérgio Firpo (secretário de Monitoramento e Avaliação para o Aperfeiçoamento de Políticas Públicas)
Graduado em economia pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mestre em economia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e PhD pela Universidade de Berkeley (EUA), Sérgio Firpo é pesquisador do CNPq e professor titular do Insper.
Ele é membro fundador do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Educação, Desenvolvimento Econômico e Inserção Social, além de editor associado do Journal of Business Economics and Statistics. Também foi editor da Brazilian Review of Econometrics.
Contraponto a Haddad?
De postura mais liberal na economia, Tebet entusiasma o mercado e é vista por investidores como um possível contraponto ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante o governo.
No Ministério do Planejamento, Tebet assegurou o comando do comitê gestor do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) —a coordenação dos projetos ficará sob tutela da Casa Civil.
Ela também queria ter sob sua alçada bancos públicos como Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva descartou de imediato essa possibilidade. As instituições seguiram sob o guarda-chuva da Fazenda.
Durante a campanha presidencial, Tebet recebeu apoio de um grupo de empresários e economistas liderado, entre outros, por nomes como Candido Bracher, ex-presidente do Itaú; Pedro Wongtschowski, presidente do Conselho de Administração do Grupo Ultra; Wolff Klabin, membro do conselho da Klabin; Armínio Fraga e Affonso Celso Pastore, ex-presidentes do Banco Central; e pela economista Elena Landau, que foi coordenadora do programa econômica da então candidata ao Planalto e chegou a ter o nome especulado para assumir um cargo no ministério, mas disse que não aceitaria qualquer convite.
Tebet se diz abertamente comprometida com pautas liberais na economia. Ela votou favoravelmente à proposta de reforma trabalhista aprovada durante o governo de Michel Temer e à reforma da Previdência, aprovada durante o governo Bolsonaro. As duas propostas foram duramente combatidas pelo PT.