Confiança do consumidor cai em fevereiro ao menor nível em nove meses
De acordo com o FGV Ibre, a segunda queda seguida do indicador foi influenciada pela baixa expectativa das famílias para os próximos meses
atualizado
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O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 1,1 ponto em fevereiro, chegando a 89,7 pontos, o menor nível desde maio de 2023, quando atingiu 89,5 pontos. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (23/2), pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), responsável pelo cálculo do indicador.
“A confiança dos consumidores mantém tendência de queda, em fevereiro, motivada pela piora das expectativas para os próximos meses, com forte redução do indicador sobre a situação financeira futura das famílias”, diz Anna Carolina Gouveia, do FGV Ibre. A economista observa que o resultado foi negativo em todas as faixas de renda.
“Apesar da queda gradual dos juros e do nível de endividamento, ambos permanecem elevados e exercendo fortes limitações na situação financeira das famílias, refletida na percepção pessimista dos consumidores”, afirma Anna Carolina, no documento divulgado pelo FGV Ibre.
O indicador avalia as expectativas tanto atuais como futuras dos consumidores. Em fevereiro, a segunda queda consecutiva da confiança foi influenciada pela piora das perspectivas em relação aos próximos meses. Houve, contudo, “uma sutil melhora nas avaliações sobre o momento atual”.
Assim, o Índice de Expectativas (IE) recuou pelo segundo mês consecutivo, agora em 2,3 pontos, para 97,9 pontos. No sentido oposto, o Índice da Situação Atual (ISA) subiu 1,0 ponto, para 78,6 pontos, interrompendo a sequência de duas quedas seguidas.
Finanças familiares
Entre os quesitos que compõem o índice, o que afere as perspectivas para as finanças familiares futuras foi o que apresentou a maior contribuição para a queda em fevereiro. Ele recuou 8,5 pontos, para 93,2 pontos, o menor nível desde novembro de 2022 (93,2 pontos).
A queda também foi observada no indicador que mede as perspectivas sobre a situação futura da economia. Ela caiu 5,4 pontos, para 105,8 pontos. Apenas o ímpeto de compras de bens duráveis apresentou resultado positivo no mês ao avançar 7,2 pontos, para 95,0 pontos, após queda de 6,5 pontos na virada para 2024.
Em relação aos indicadores que avaliam o quadro atual, o que mede a satisfação sobre a situação econômica recuou 1,5 ponto, para 89,7 pontos, enquanto a percepção dos consumidores sobre a situação financeira das famílias avançou 3,5 pontos, para 67,9 pontos, após acumular queda de 9,2 pontos nos últimos dois meses.
Faixas de renda
O recuo da confiança, apesar de mais intensa nas faixas de renda mais baixas, ocorre de maneira difusa em todos os segmentos, com influência da deterioração das expectativas para os próximos meses. Apenas para consumidores nas faixas de menor (até R$ 2.100,00) e de maior poder aquisitivo (acima de R$ 9.600,01) é observada queda também nas avaliações sobre o momento atual.