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Como shows de Taylor Swift no Brasil impulsionaram o setor de serviços

Em novembro, Taylor Swift fez shows no Rio de Janeiro e em São Paulo. Segundo o IBGE, presença da cantora no país impactou setor de serviços

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1 de 1 Imagem da cantora Taylor Swift durante show no Brasil - Metrópoles - Foto: Buda Mendes/TAS23/Getty Images for TAS Rights Management

A alta do setor de serviços no Brasil em novembro do ano passado tem relação direta com os shows da cantora americana Taylor Swift no país. É o que mostram os dados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgados nesta terça-feira (16/1) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Como noticiado mais cedo pelo Metrópoles, o volume de serviços no Brasil avançou 0,4% em novembro de 2023, na comparação com outubro. O resultado interrompe uma sequência de três quedas mensais consecutivas do setor.

Já na comparação anual, em relação a novembro de 2022, os serviços recuaram 0,3%, a terceira taxa negativa consecutiva nessa base de comparação.

Com o resultado de novembro, o setor está 10,8% acima do nível registrado em fevereiro de 2020, antes da pandemia de Covid-19, e 2,6% abaixo de dezembro de 2022 (o ponto mais alto da série histórica).

No acumulado de 2023, a alta dos serviços é de 2,7% em relação ao mesmo período de 2022. Nos últimos 12 meses até novembro, a variação é de 3% – o pior resultado desde julho de 2021.

Em novembro, Taylor Swift fez shows no Rio de Janeiro e em São Paulo. Além disso, também se apresentaram no país os cantores Roger Waters e Paul McCartney.

Segundo o IBGE, outras cadeias de serviços são diretamente impactadas por grandes shows internacionais no Brasil, como turismo, alojamento, transporte e alimentação.

“A maior influência veio da alta de alojamento e alimentação, mas também houve avanço em outros serviços prestados às famílias, impulsionados, especialmente, pelo crescimento da atividade de espetáculos teatrais e musicais, em função dos shows da cantora Taylor Swift no país”, afirmou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

“Isso acaba movimentando toda uma gama de atividades de serviços para além da empresa promotora desses shows”, afirma Lobo.

Outros serviços

O maior impacto sobre o resultado geral veio do segmento de outros serviços, com alta de 3,6%, a terceira consecutiva.

“Esse setor foi impulsionado pelos serviços financeiros auxiliares, especialmente pelo aumento da receita das empresas de uso do dinheiro digital, como as de máquinas eletrônicas de cartões de crédito e débito. Essa atividade não só impactou o resultado de outros serviços como também posicionou o setor de serviços como um todo no campo positivo”, explica Lobo.

Análise geral

Maykon Douglas, economista da Highpar, destacou que “a fotografia mensal destoou bastante dos três últimos meses, quando o setor reportou queda”. “No entanto, notamos que a alta em novembro traz consigo alguns efeitos pontuais importantes, sobretudo relacionados a eventos artísticos naquele mês”, afirma.

“O segmento de outros serviços (3,6%) impôs o maior impacto positivo, com destaque ao aumento das vendas por cartões de crédito e débito. Serviços profissionais (1%) exerceram a segunda maior contribuição e os serviços às famílias, importantes para o consumo familiar dentro do PIB, variaram 2,2% com a alta em alojamento e alimentação e com o aumento no número de shows”, explica o economista.

“Vale enfatizar que os transportes (-1%) registraram queda pelo quarto mês consecutivo, acumulando contração de 5,3%. A forte inflação nos transportes aéreos, que temos comentado nas sondagens do IPCA e IPCA-15, influenciou o resultado”, prossegue Maykon.

“Mesmo com as altas na renda média no mercado de trabalho, vale certa cautela para os próximos resultados dos serviços até que o ciclo de cortes de juros comece a ter um impacto maior sobre o setor.”

Igor Cadilhac, economista do PicPay, chama atenção para o fato de que, “embora esse resultado tenha interrompido uma sequência de três meses negativos, essa é a terceira contração na comparação interanual, que contava com 30 meses consecutivos de avanço”.

“Do ponto de vista estrutural, é importante reconhecer que a intensidade da desaceleração de um setor importante da atividade econômica, de maior peso e com dinâmica tendendo a ser mais inercial, tem sido maior do que o esperado. No entanto, alguns fatores específicos têm contribuído para sustentar a demanda por serviços”, diz Cadilhac.

“Dessa forma, mantemos uma perspectiva relativamente positiva para o último semestre, ainda que flertando com variações do PIB próximas a zero. Em todo caso, a resiliência dos serviços parece ser um dos grandes desafios para o ano de 2024.”

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