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Como o comércio eletrônico deve impulsionar as vendas no Dia das Mães

Crise do varejo afeta estoques e tira produtos das prateleiras, o que favorece vendas on-line na 2ª data mais importante do comércio no ano

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“O Natal do primeiro semestre.” É desta forma que o Dia das Mães, celebrado no domingo (14/5), é classificado pelos varejistas, o que dá a dimensão de sua importância para o comércio e a economia do país.

No primeiro Dia das Mães desde o tsunami que engoliu gigantes do varejo brasileiro no início do ano, com a derrocada da Americanas e a crise que atingiu em cheio empresas como Marisa, Tok Stok, Amaro, CVC, Centauro e Livraria Cultura, os varejistas projetam queda no faturamento do setor em 2023, na comparação com o ano passado. Mas uma boa surpresa deve vir da internet.

De acordo com a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), o e-commerce deve ter um crescimento de 3% no Dia das Mães deste ano, com um faturamento aproximado de R$ 6,7 bilhões.

A empresa de mídia programática Voxus é ainda mais otimista e projeta um aumento de 5% a 7%. Atualmente, o comércio eletrônico responde por 10% das vendas do varejo brasileiro.

“Pela situação difícil enfrentada atualmente, o varejo está muito comprometido em relação ao estoque”, afirma Caio Camargo, especialista no setor. “Por uma falta de estoque adequado, devemos ver o comércio eletrônico mais forte do que o varejo tradicional de rua. As pessoas buscam no digital quando não encontram na loja física.”

Camargo diz ser provável um cenário em que as vendas nas lojas físicas recuem em relação ao ano passado, mas o e-commerce avance. “Se a loja não tiver aquele produto específico que o consumidor já escolheu, ele certamente vai buscar no canal digital”, explica.

Em 2022, de acordo com dados da Nielsen, houve queda de 11% nas vendas do e-commerce em relação ao Dia das Mães do ano anterior, quando o país vivia o auge da pandemia de Covid-19, com uma série de restrições à circulação das pessoas. No ano passado, o faturamento do comércio eletrônico foi de R$ 5,5 bilhões, ante R$ 6,2 bilhões de 2021.

Segundo dados divulgados na quinta-feira (11/5) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), o e-commerce no Brasil movimentou R$ 450 bilhões entre 2019 e 2022.

Nas vendas totais, CNC prevê queda

Embora a perspectiva seja de alta nas vendas on-line, os varejistas devem faturar menos no Dia das Mães de 2023 do que no ano passado.

De acordo com a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), o volume de vendas deve somar R$ 13,1 bilhões neste ano, um recuo de 4,1% em relação a 2022.

“A taxa de juros mais alta desacelera a economia e torna o acesso ao crédito mais difícil. Quem negociou dívida atrelada à Selic quando ela estava em 2% ao ano teve mais dificuldade de pagar agora, com a taxa em 13,75%. Muita gente ficou inadimplente e isso pode afetar as compras”, afirma Merula Borges, especialista em finanças da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

Apesar da possível queda do faturamento, um levantamento realizado pela CNDL aponta que 79% dos consumidores pretendem fazer pelo menos uma compra para o Dia das Mães. Mais de 128 milhões de brasileiros devem movimentar R$ 33,2 bilhões no comércio.

“De forma geral, apesar das dificuldades, o brasileiro vai manter a tradição de ir às compras”, aposta Merula. Camargo concorda: “Essa é uma data em que o presente não falta, nem que seja uma lembrancinha. Muitas pessoas podem até diminuir o valor da compra, mas não deixarão de comprar”.

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