Comercial de cerveja com modelo trans gera crise em grupo da Ambev
Nos EUA, uma propaganda da Bud Light com uma modelo trans motivou reclamações dos clientes, queda das ações e demissão de executivos
atualizado
Compartilhar notícia
O trio de brasileiros Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles já tem uma lista de preocupações relacionadas à crise na Americanas e sua dívida de mais de R$ 40 bilhões. Nos últimos dias, essa lista ficou maior, em razão de uma polêmica envolvendo a Bud Light, uma das inúmeras marcas do império da AB InBev, empresa controlada pelo trio e que é dona da Ambev.
Nos últimos dias, a empresa produziu um comercial estrelado por Dylan Mulvaney, modelo transexual com milhões de seguidores nas redes sociais. Na propaganda, que foi divulgada nas próprias redes de Mulvaney, a modelo aparece mostrando latinhas de Bud Light estampadas com seu rosto, em comemoração ao um ano da data em que iniciou sua transição.
Ver esta publicação no Instagram
A peça gerou uma reação de clientes e personalidades conservadoras nos Estados Unidos. Nas redes sociais, algumas pessoas puxaram uma campanha de boicote à Bud e às cervejas do grupo. Em razão do protesto, as vendas teriam recuado quase 20%.
A Bud Light e a Budwiser estão entre as mais consumidas e mais tradicionais cervejas dos Estados Unidos. Nos últimos anos, a AB InBev tem tentado reforçar a presença entre o público jovem, que tem deixado de consumir os rótulos do grupo e migrado para outras bebidas, como vinhos e drinques.
Após a crise, a empresa decidiu demitir os dois executivos ligados à produção da campanha. A vice-presidente de marketing da Bud Light, Alissa Heinerscheid, e o supervisor de marketing da Anheuser-Busch (um dos braços da AB InBev), foram dispensados. No comunicado sobre a decisão, o grupo justificou os desligamentos com um movimento para “simplificar a estrutura do marketing”.