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Combustíveis: inflação de maio e junho dará trégua, mas IPCA de 2023 não muda

Segundo André Braz, da FGV, redução de gasolina, diesel e GLP aliviará inflação de maio e junho, mas preços voltarão a subir no 2º semestre

atualizado

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Foto colorida de posto de combustível mostrando o preço da gasolina em Brasília - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de posto de combustível mostrando o preço da gasolina em Brasília - Metrópoles - Foto: Matheus Veloso/Metrópoles

A redução nos preços da gasolina e do diesel vendidos às distribuidoras, anunciada nesta terça-feira (16/5) pela Petrobras, será importante para segurar a inflação em maio e junho, mas não suficiente para provocar uma mudança significativa no resultado geral do fim deste ano.

A avaliação é do economista André Braz, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV). Segundo ele, as estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, continuam em 6,2% para 2023.

A Petrobras anunciou uma redução de 12,7% no preço do litro do diesel e de 12,5% no valor do litro da gasolina. Também houve uma redução do preço médio de venda do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) para as distribuidoras, com queda de 21,42% no preço do botijão de 13 quilos. Os novos valores valem a partir desta quarta-feira (17/5).

“Essa queda no GLP não vai chegar com a mesma intensidade no consumidor, para quem haverá uma queda de cerca de 15%. Isso significa que o IPCA dos próximos 30 dias será impactado em 0,17 ponto porcentual, aproximadamente. Metade disso ficaria no mês de maio e metade no mês de junho. Esse impacto não será totalmente sentido no IPCA deste mês”, projeta Braz.

“O impacto da gasolina é muito maior. Ela compromete cerca de 5% do orçamento familiar. Na refinaria, o preço caiu 12,5%. Na bomba, deve chegar a uma queda de 8%, o que geraria um impacto de 0,40 ponto porcentual, também metade em maio e metade em junho”, prossegue o economista da FGV. Segundo ele, o impacto do diesel sobre o orçamento familiar é irrelevante (0,03%) e, por isso, não entra na conta.

“Se juntarmos a contribuição do GLP com a da gasolina, teremos 0,30 ponto percentual de desaceleração da inflação em maio e 0,30 ponto percentual em junho. Vai ser uma baita contribuição para segurar a inflação nesses dois meses”, projeta Braz.

O problema é que, a partir de julho, a mudança prevista na alíquota de ICMS para a gasolina deve fazer os preços subirem novamente. “Em julho, teremos um novo aumento da gasolina pelo nivelamento do ICMS. Haverá um reajuste em todos os estados do país. Pode ser um aumento de 10% a 12%. Uma parte dessa queda que vemos hoje pode voltar em julho. No fim das contas, teremos uma trégua pequena”, afirma o economista da FGV.

“Isso não altera muito o resultado da inflação no fim do ano porque acaba sendo um jogo de soma zero. Ela cai agora, mas volta a subir em julho”, conclui.

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