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Com trégua da inflação, mercado projeta pausa em alta de juros nos EUA

Segundo economistas ouvidos pelo Metrópoles, a tendência é que o Banco Central dos EUA mantenha juros no patamar atual na reunião de amanhã

atualizado

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1 de 1 federal-reserve - Foto: Reprodução

A desaceleração da inflação nos Estados Unidos deve fazer com que o Federal Reserve (o Banco Central americano) faça uma “pausa” na série de altas da taxa básica de juros na reunião que será concluída na quarta-feira (14/6), após 10 aumentos consecutivos.

A avaliação é de economistas e analistas do mercado ouvidos pela reportagem do Metrópoles nesta manhã, pouco depois da divulgação do resultado do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) de maio nos EUA.

A inflação americana ficou em 0,1%, na comparação com o mês anterior. No acumulado de 12 meses, o índice desacelerou de 4,9% para 4%. O resultado veio abaixo das projeções do mercado. A elevação da taxa de juros é o principal instrumento dos Bancos Centrais para conter a inflação.

“Assim como no mês passado, a composição do núcleo do CPI mostra que a inflação de bens já não é mais uma preocupação, enquanto a inflação de serviços continua sendo um desafio. O setor segue pressionado por um mercado de trabalho ainda aquecido. O preço dos aluguéis tem se mostrado resiliente, mas deve começar a desacelerar à frente”, afirma Claudia Rodrigues, economista do C6 Bank.

“Apesar da desaceleração do índice cheio, o núcleo da inflação segue persistente e bem acima da meta do Fed de 2% ao ano. Mesmo assim, acreditamos que o Banco Central americano deve optar por uma pausa na reunião deste mês, conforme sinalizado na reunião anterior, para avaliar o impacto da política monetária já implementada até o momento sobre a economia”, avalia Rodrigues.

“Essa provável pausa não deve significar, no entanto, o fim do ciclo de alta de juros. Acreditamos que o Fed indicará na reunião de amanhã que mais aumentos podem ser necessários à frente, em razão da inflação persistente e elevada.”

Para Rodrigo Cohen, analista de investimentos e cofundador da Escola de Investimentos, a tendência é mesmo de manutenção da taxa de juros nos EUA no patamar atual, de 5% a 5,25% ao ano.

“O Fed não deve subir os juros. E isso não apenas pelos indicadores americanos, mas pelo contexto mais geral. Tivemos a quebra recente de alguns bancos americanos, atribuída também à alta muito forte dos juros nos EUA”, diz Cohen.

“A inflação mais baixa nos EUA é uma notícia muito boa para o mundo, tanto que a nossa bolsa começou a subir mais após a divulgação do CPI. Temos uma grande chance de ver o Fed manter os juros inalterados na reunião de amanhã”, reforça.

Queda dos juros? Não tão cedo

Apesar da pausa na elevação dos juros, um cenário de queda da taxa básica ainda está distante. Segundo Claudia Rodrigues, “a taxa de juros, no fim do ciclo, ainda deve alcançar um patamar pouco acima do atual”.

“Acreditamos que os juros devem permanecer elevados por um longo período para desacelerar a inflação. Não prevemos cortes nos juros até meados de 2024”, concluiu a economista do C6.

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