Com “ressaca” do arcabouço fiscal, Bolsa fecha março com queda de 3%
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores, recuou quase 2% no dia e teve, em março, o segundo mês consecutivo de desvalorização
atualizado
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Depois de uma queda de 7% em fevereiro, a Bolsa de Valores brasileira (B3) desceu mais um degrau em março e encerrou o mês com desvalorização de quase 3%. O desempenho do mercado no dia foi determinante para o saldo negativo do mês, com os investidores digerindo melhor a proposta do novo arcabouço fiscal.
O Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa, recuou 1,9% nesta sexta-feira (31/3), depois de uma sequência de cinco pregões consecutivos. Parte do desempenho do mercado na sessão de hoje pode ser explicada pelo que os investidores chamam de realização de lucro – ou seja, uma venda de ações para aproveitar as últimas altas e embolsar parte dos ganhos.
Mas é fato que há, também, uma dose de ceticismo no ar. A princípio, o anúncio das novas regras fiscais animaram o mercado, pela percepção de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, havia conseguido convencer Lula de que alguma disciplina para controle do endividamento público era importante, embora o plano esteja longe do ideal.
Hoje, conforme as análises sobre o arcabouço fiscal foram sendo veiculadas, ficou claro de que há uma série de desafios para a execução da proposta. Como foi desenhado, o projeto tem como pilar principal o aumento da arrecadação. Por outro lado, Haddad disse que não está no horizonte um aumento de carga tributária. Sendo assim, ainda será necessário verificar de onde o governo tirará os recursos extras.
Além das dúvidas quanto ao novo arcabouço fiscal, os investidores repercutem os dados de desemprego divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em fevereiro, a taxa de desocupação no país ficou em 8,6%, ante 8,4% em janeiro.
Por fim, a queda de cerca de 2% nas ações da Vale e Petrobras, as duas empresas de maior peso no Ibovespa, influenciaram o desempenho do índice.
Dólar
O dólar encerrou a sexta-feira (31/3) com queda de 0,6%, aos R$ 5,07. No mês, a moeda americana acumulou desvalorização de 3%, após ter registrado alta de 3% em fevereiro.