Com impacto de Petrobras e bancos, Bolsa termina a semana estável
Nesta sexta-feira (27/1), o Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa de Valores, recuou 1,6%, puxado pelos bancos e Petrobras
atualizado
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O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou a sexta-feira (27/1) com queda de 1,63%, aos 112.316. Foi o segundo pregão consecutivo de perdas.
O desempenho do dia e da semana foi influenciado pela variação das ações da Petrobras e dos maiores bancos brasileiros. No caso da petroleira, pesou a aprovação do novo presidente da empresa, o ex-senador Jean Paul Prates, pelo conselho de administração.
O petista terá de esperar apenas a confirmação de sua indicação ao cargo pela Assembleia Geral Ordinária, já convocada para abril, na qual será efetivado. Por enquanto, formalmente, ele exerce o posto de forma interina.
Alinhado às teses de Lula e do PT em relação aos combustíveis, Prates é um crítico da política de preços adotada pela Petrobras, que está vinculada à flutuação do valor praticado no mercado internacional. Segundo o ex-senador, os preços dos combustíveis devem ser tratados como “uma questão de governo, e não apenas de uma empresa de mercado”.
Bancos
A perspectiva de uma mudança na estratégia da Petrobras levou a uma queda de 2% nesta sexta-feira. Na semana, a petroleira acumulou desvalorização de 3,1%.
Outro fator que influenciou o clima morno da Bolsa foi o recuo das ações dos bancos. Santander, Itaú e Bradesco perderam até 4% do valor ao longo da semana.
Além do imbróglio da disputa judicial com a Americanas, de quem os bancos têm cerca de R$ 20 bilhões a receber, as instituições financeiras foram impactadas pelo cenário de juros e inflação.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sinalizou em entrevista ao jornal Valor Econômico que o governo pode discutir as metas de inflação dos próximos anos. Há duas semanas, o presidente Lula disse que a meta de 3,5% “arrochava” o crescimento econômico.
“Se é uma meta muito exigente e não alcançável, não é uma meta boa”, disse Haddad ao jornal.
A fala mexeu com as perspectivas dos economistas e causou uma elevação nas curvas de juros. Ou seja: se o governo adotar uma postura mais tolerante com a inflação, a taxa Selic deve permanecer elevada no médio e longo prazo.
Juros altos são ruins para os bancos, uma vez que encarecem o custo de captação de recursos e causam um aumento da inadimplência nas linhas de crédito.
Dólar
O dólar encerrou a sessão desta sexta-feira (27/1) em alta de 0,74%, negociado a R$ 5,112.
Com o resultado, a moeda americana acumula queda de 3,16% em 2023 e de 1,85% nesta semana.