Com expectativa de corte de juros, Bolsa dispara 4% e dólar cai

Os dados de inflação de março, que mostraram uma desaceleração dos índices de preços no país, foram música para os ouvidos dos investidores da Bolsa de Valores. No acumulado de 12 meses, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou abaixo dos 5%, no menor nível desde fevereiro de 2021.

A boa surpresa com a inflação é um indicativo de que o caminho até a queda dos juros pode ser mais curto que o esperado. Junto com o anúncio do arcabouço fiscal, a trégua dos preços elimina algumas preocupações do horizonte do Comitê de Política Monetária (Copom), que decide o nível da taxa Selic.

A perspectiva de juros mais baixos trouxe bom humor para a Bolsa. Nesta terça-feira (11/4), o Ibovespa avançou 4,3%, na sua melhor sessão diária desde outubro de 2022. Em pontos, o principal índice do mercado de ações fechou o pregão em 106.214, seu melhor patamar em dois meses.

Das 88 ações que compõem o Ibovespa, apenas duas tiveram desempenho negativo. No topo do dia, sete empresas tiveram ganhos acima de 10%. As líderes absolutas foram as aéreas Gol e Azul, com valorização de 17% e 13%, respectivamente. As duas se beneficiam da possível queda dos juros, que melhora o cenário de consumo, e da queda do dólar (leia mais abaixo). Os custos do setor estão diretamente ligados ao câmbio.

Outro setor que reagiu de forma positiva aos dados mais fracos de inflação foi o de varejo. O Magazine Luiza foi papel de destaque no dia, com alta de quase 13%. A expectativa de queda da Selic também foi um refresco para as construtoras, que devem vender mais com um custo menor do financiamento habitacional. Eztec e Cyrela, por exemplo, tiveram valorização de 10%.

Dólar

O cenário mais favorável para inflação e juros também levou a uma enxurrada de investimento estrangeiro nos ativos locais, o que derrubou a cotação do dólar.

A moeda americana encerrou o dia em R$ 5,00, com queda de 1%, e chegou a ficar abaixo desse patamar ao longo da sessão.