Com “ata amena”, mercado volta a prever corte da Selic em agosto
Para analistas, Copom mudou o tom da mensagem sobre as perspectivas do juros no país em relação a comunicado divulgado na semana passada
atualizado
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Na visão dos analistas de mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), divulgou na manhã desta terça-feira (27/6) uma ata muito mais “amena” sobre a perspectiva dos juros no Brasil. Isso na comparação com o comunicado apresentado sobre o mesmo tema na semana passada. Com a mudança de tom, ganhou força entre os agentes econômicos a possibilidade de redução da taxa Selic já na próxima reunião do órgão do BC, em agosto.
Sobre o tema, diz um trecho da ata, no item 19: “A avaliação predominante (entre integrantes do Copom) foi que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião”.
“Em outras palavras, já há maioria avaliando que o processo desinflacionário em curso pode permitir o corte em agosto”, diz Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos. Ele observa que a formação dessa “maioria” ocorreu sem a presença no Copom do economista Gabriel Galípolo, indicado para o BC pelo Executivo.
Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset Management, a queda da Selic ganhou nitidez no radar do mercado. “Nesta manhã, apesar de ter vindo ligeiramente acima do esperado, o IPCA-15 registrou uma desaceleração considerável na base mensal em relação ao dado anterior”, diz. “No mercado de opções, as apostas estão altas para um corte de 0,25% em agosto da Selic e a curva de juros futuros já precifica essa redução. Em relação à ata, observamos um tom claramente mais ameno em relação à política monetária.”