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Com alerta sobre juros, Bolsa e dólar oscilam após “payroll” nos EUA

Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil, abriu o pregão em alta, mas inverteu o sinal após dados fortes de emprego nos EUA

atualizado

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Cris Faga/NurPhoto via Getty Images
Imagem colorida do painel da Bolsa de Valores de São Paulo
1 de 1 Imagem colorida do painel da Bolsa de Valores de São Paulo - Foto: Cris Faga/NurPhoto via Getty Images

Em um dia marcado pela divulgação do relatório oficial de emprego no Departamento do Trabalho do governo dos Estados Unidos, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores do Brasil, abriu o pregão desta sexta-feira (8/12) em alta, mas inverteu o sinal pouco depois dos dados do “payroll” serem conhecidos.

Os EUA registraram a criação de 199 mil novas vagas de emprego fora do setor agrícola em novembro deste ano. O resultado do “payroll” veio acima das expectativas da maioria dos analistas e indica que o mercado de trabalho nos EUA segue resiliente.

O consenso Refinitiv, que reúne as principais projeções do mercado, estimava a abertura de 180 mil vagas. Em outubro, foram gerados 150 mil postos de trabalho no país.

Por volta das 10h50, alguns minutos após a divulgação dos dados de emprego nos EUA, o Ibovespa já recuava 0,16%, aos 125.813,10 pontos. Na sequência, o indicador se recuperou e, às 11h, subia 0,37%, aos 126.474,71 pontos.

Na véspera, o índice fechou em alta de 0,31%, na faixa dos 126 mil pontos. Com o resultado, acumula perdas de 1,04% em dezembro e ganhos de 14,8% em 2023.

Mercado de trabalho segue forte nos EUA

Também foi divulgado nesta sexta o índice de desemprego nos EUA, que ficou em 3,7% entre outubro e novembro, ante 3,9% no mês anterior. O resultado veio abaixo das estimativas do mercado, que eram de 3,9%.

Analistas temem que uma possível aceleração do mercado de trabalho nos EUA leve a um novo aperto da política monetária pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano). Nesse sentido, a criação de vagas acima das expectativas é interpretada como uma notícia negativa.

Na última reunião do Comitê de Política Monetária do Fed, a taxa de juros foi mantida no patamar de 5,25% a 5,5% ao ano – a maior em 22 anos. Nas últimas 14 reuniões do Fomc, houve elevação dos juros em 11 e manutenção da taxa em três.

A elevação da taxa de juros é o principal instrumento dos bancos centrais para desaquecer a atividade econômica, além de combater a inflação.

A próxima reunião do comitê do Fed, a última do ano, está marcada para o dia 13 de dezembro.

“Para o mercado, esse dado de emprego um pouco acima do esperado está sendo ligeiramente negativo. O mercado está esperando números mais fracos da economia para acelerar a baixa de juros pelo Fed”, afirma Marcelo Oliveira, CFA e sócio-fundador da Quantzed.

“A gente continua trabalhando com a expectativa de baixa de juros pelo Fed entre o primeiro e o segundo trimestre de 2024. Para a reunião de dezembro, com esses dados fortes de payroll, podem segurar e trazer um Fed mais cauteloso, fazendo com que o mercado fique com um pé atrás sobre se, realmente, vamos ter uma queda de juros mais rápida.”

Dólar

O dólar, por sua vez, subia 0,31% pouco depois das 10h40, negociado a R$ 4,923.

No dia anterior, a moeda americana subiu 0,14%, cotada a R$ 4,908. Com o resultado, acumula baixa de 0,13% no mês e de 6,99% no ano.

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