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Ciclo de alta da Selic “está aberto”, diz Campos Neto

De acordo com o presidente do Banco Central, não há orientação sobre nível de aumentos da taxa de juros e nova decisão “depende de dados”

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imagem colorida presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comparece a audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), no Senado Federal
1 de 1 imagem colorida presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comparece a audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), no Senado Federal - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta quinta-feira (26/9) que o ciclo de alta dos juros básicos do país, a Selic, “está aberto”. “Não queríamos dar nenhum guidance (uma indicação)”, afirmou, referindo-se à decisão do BC de elevar a taxa na semana passada, que passou de 10,50% para 10,75%. “Precisamos observar os dados.”

Em entrevista coletiva sobre o Relatório de Inflação do 3º Trimestre, realizada em São Paulo, Campos Neto foi questionado se os dados recentes sobre a inflação (IPCA-15), que vieram abaixo da projeção do mercado, não indicavam um arrefecimento dos preços – o que não condiz com a elevação dos juros promovida pelo BC na semana passada.

Campos Neto reconheceu que o IPCA-15 veio melhor, hipótese que já era considerada pelo BC, mas acrescentou que a decisão sobre a Selic “não está baseada em números de curto prazo”.

Respondendo a jornalistas, o presidente do BC observou ainda que o BC não considerou na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), entre os dias 17 e 18 deste mês, uma elevação da Selic de 0,50 ponto percentual. O aumento definido foi de 0,25 ponto percentual.

Relatório de inflação

No Relatório de Inflação do 3º Trimestre, também divulgado nesta quinta-feira (26/9), o BC aumentou de 2,3% para 3,2% a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2024. Para 2025, a estimativa ficou em 2%.

O texto diz que a “atividade econômica brasileira se manteve robusta no segundo trimestre, com crescimento outra vez acima do esperado, o que levou a uma nova rodada de revisão para cima nas projeções de crescimento para 2024”. A nota esclarece ainda que os “impactos econômicos das enchentes no Rio Grande do Sul foram menores do que o antecipado, o que explica parte da surpresa”.

O relatório aponta ainda um aumento no consumo das famílias, nos investimentos e nos setores mais cíclicos da economia. Do lado da oferta, o salto da projeção do PIB traduz avanços em todos os setores.

A estimativa para a agropecuária passou de um recuo de 2,0% para queda 1,6%. No caso da indústria, a previsão foi elevada de 2,7% para 3,5%. No setor de serviços, a revisão foi de crescimento de 2,4% para 3,2%.

O BC fixa o hiato do produto como positivo em 0,5% no segundo e terceiro trimestres deste ano, ante previsões anteriores de negativo de 0,2% e 0%, respectivamente. O hiato é uma medida de ociosidade da economia, calculado pela diferença entre o produto efetivo e o produto potencial (ou seja, a capacidade de uma economia crescer, sem provocar inflação). Assim, um hiato positivo sinaliza que a economia está aquecida.

No último trimestre de 2024, o BC estima um hiato positivo de 0,3% contra a projeção anterior, que era negativa em 0,4%. Para o primeiro trimestre de 2026, a estimativa também é negativa em 0,3%.

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