China tem deflação em junho e gera preocupação sobre baixo crescimento
Segundo analistas, o resultado é explicado pela redução das compras por parte da população da China, enquanto as exportações perdem fôlego
atualizado
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O índice de preços ao consumidor na China (CPI, na sigla em inglês) recuou 0,2% em junho deste ano, na comparação com maio, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (10/7) pela agência oficial de estatísticas do país.
Em relação ao mesmo período do ano passado, a inflação na China ficou estável, com variação nula.
O consenso Refinitiv, que reúne as principais projeções do mercado, estimava estabilidade da inflação na comparação mensal e uma variação de 0,2% na base anual.
Os preços dos alimentos da China registraram alta de 2,3% em comparação com junho de 2022. Já os preços dos itens não alimentícios recuaram 0,6%.
O núcleo da inflação, que exclui a variação de preços de alimentos e energia, ficou em 0,4% na base de comparação anual.
Segundo analistas, o resultado é explicado pela redução das compras por parte da população chinesa, enquanto as exportações perdem fôlego diante da desaceleração da economia global.
O dado fraco de inflação na China preocupa o mercado porque indica que o gigante asiático pode não conseguir cumprir sua meta de crescimento econômico neste ano, fixada em 5%, o que certamente terá repercussão em escala global.
A queda generalizada de preços pode significar que o poder de compra da população está diminuindo e que os comerciantes e prestadores de serviços estão cortando seus ganhos para tentar aquecer a demanda.
Índice de preços ao produtor
O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês), que mede os custos dos produtos na porta da fábrica, caiu 0,8% em junho, na comparação com maio, e 5,4% em relação ao mesmo período do ano passado.
O consenso Refinitiv projetava uma queda anual um pouco menor em junho, de 5%.
No mês passado, 35 dos 40 setores industriais pesquisados na China tiveram queda de preços.