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China tem 1ª deflação em mais de 2 anos e acende alerta sobre consumo

Resultado é explicado pela redução das compras por parte da população da China, enquanto as exportações do país perdem fôlego

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1 de 1 Fotografia de uma bandeira da China - Metrópoles - Foto: Russell Monk/Getty Images

O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) da China recuou 0,3% em julho deste ano, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (9/8) pelo Escritório Nacional de Estatísticas (NBS) do país asiático.

Foi a primeira deflação na China, na comparação anual, desde fevereiro de 2021. Deflação é a queda média de preços de produtos e serviços, que ocorre de forma contínua. Trata-se de uma “inflação negativa” – ou seja, abaixo de zero.

A deflação veio ligeiramente menor do que as estimativas do mercado, que giravam em torno de uma queda dos preços entre 0,4% e 0,5%.

Já na base de comparação mensal, em relação a junho deste ano, a inflação na China foi de 0,2%, ante uma queda de 0,2% no mês anterior.

Preços ao produtor

De acordo com os dados do NBS, o índice de preços ao produtor (PPI) chinês recuou 4,4% em julho, na comparação com o mesmo período de 2022.

O PPI amenizou o ritmo de queda, depois de recuar 5,4% em junho. A estimativa dos analistas era a de uma queda de 4,1%.

É a primeira vez que tanto a inflação ao consumidor quanto a inflação ao produtor caem juntas desde novembro de 2020.

A meta de inflação do governo da China para 2023 é de 3%.

Deflação na China preocupa

Uma deflação pode ser pontual ou estrutural, o que implica efeitos benéficos ou prejudiciais para a economia de um país, dependendo de suas origens e de sua duração.

Em um primeiro momento, a queda de preços é positiva para o consumidor, que vê seu poder de compra aumentar em relação a alguns produtos ou serviços.

Uma deflação mais duradoura, no entanto, pode ser um risco para a economia. Com expectativa por queda constante de preços, as pessoas tendem a adiar as compras, o que pode desaquecer o mercado.

É o que o mercado teme que esteja ocorrendo na China, a segunda maior economia do mundo. Segundo analistas, o resultado é explicado justamente pela redução das compras por parte da população chinesa, enquanto as exportações perdem fôlego diante da desaceleração da economia global.

Os dados da China preocupam o mercado porque indicam que o gigante asiático pode não conseguir cumprir sua meta de crescimento econômico neste ano, fixada em 5%, o que certamente terá repercussão em escala global.

A queda generalizada de preços pode significar que o poder de compra da população está diminuindo e que os comerciantes e prestadores de serviços estão cortando seus ganhos para tentar aquecer a demanda.

Segundo dados divulgados na terça-feira (8/8), as exportações chinesas recuaram 14,5% em julho, a maior retração desde o início da pandemia de Covid-19.

No segundo trimestre de 2023, a economia da China teve crescimento de 6,3%, abaixo das estimativas.

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