China quer liberar R$ 1 trilhão para dívidas de governos locais
Anúncio da medida foi feito em meio a temores crescentes de que crise imobiliária contamine o setor financeiro chinês
atualizado
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A China deve permitir que governos locais vendam até 1,5 trilhão de yuans (US$ 205,9 bilhões, ou ainda, R$ 1 trilhão) em títulos especiais de financiamento. A medida tem como objetivo ajudar 12 regiões do país a pagar suas dívidas. A informação foi divulgada neste domingo (20/8) pela Caixin, a principal publicação financeira local. A notícia foi reproduzida pelas agências Reuters e Bloomberg.
A divulgação do plano de Pequim ocorre em meio a preocupações crescentes de que o aprofundamento da crise imobiliária em curso no país, que envolve gigantes como Country Garden e Evergrande, avance sobre o sistema financeiro local.
A exposição pública da medida ocorreu depois de uma reunião, ocorrida na sexta-feira (18/8), entre representantes do banco central chinês, o Banco Popular da China (PBOC), com membros de bancos comerciais, da Bolsa de Valores e da maior seguradora do país.
A videoconferência só foi divulgada neste domingo pelo PBOC. Ela foi comandada por Pan Gongsheng, que assumiu a presidência do órgão há menos de um mês. No encontro, afirmou-se a necessidade de um forte “apoio financeiro à economia real”.
Em comunicado, o PBOC reiterou que otimizará as políticas de crédito para o setor imobiliário e apoiará as pequenas empresas, a inovação tecnológica e o setor manufatureiro. Analistas observam, no entanto, que consumidores e empresas não estão dispostos a aumentar gastos, por causa das incertezas econômicas que pairam sobre o país. Em julho, o número de novos empréstimos bancários, por exemplo, caiu ao menor nível em 14 anos.