China lança pacote de reformas no mercado de capitais e tenta atrair investidores
Anúncio foi feito em semana na qual dúvidas sobre o mercado imobiliário e a desaceleração da economia têm pesado sobre a China
atualizado
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A reguladora dos mercados de valores mobiliários na China (CSRC) anunciou um pacote de reformas e de novas medidas ainda em estudo que visam a “aumentar a confiança dos investidores no mercado de capitais”, segundo comunicado feito nesta sexta-feira (18/8).
A comissão disse que considera a ampliação no horário de negociação nos pregões e a redução nas taxas de transações. O regulador afirmou ainda que vai encorajar a recompra de ações, de modo a ajudar na estabilização dos preços dos papéis.
Os principais índices chineses acumulam queda de mais de 2% neste ano, andando de lado mesmo nos meses que deveriam ser de maior bonança do mercado, no primeiro trimestre.
A título de comparação, o S&P500, que reúne as maiores empresas dos EUA, avançou 14% no ano. O brasileiro Ibovespa subiu mais de 8%, mesmo com as quedas consecutivas vistas em agosto.
Dados já mostram queda no investimento estrangeiro direto na China e falta de confiança dos investidores no mercado de capitais, o que preocupa o governo do Partido Comunista em Pequim.
No pacote de medidas para o mercado no curto prazo, outra frente ventilada nesta sexta-feira, segundo reportou o jornal britânico Financial Times, é um possível fim do chamado “imposto de selo”, cobrado sobre certos documentos legais e que, assim, termina por incidir nos custos de algumas transações de valores mobiliários. Os anúncios foram vistos com bons olhos nos mercados.
“Estamos cientes dos pedidos de redução do imposto de selo”, disse o CSRC no comunicado. O regulador disse que “historicamente, a medida teve um papel positivo na redução do custo de negociação e na revitalização do mercado”. Novos detalhes devem ser anunciados nos próximos dias.
A economia, apesar do fim das restrições da Covid-19, pode não atingir sua meta de crescimento de 5% em 2023. As dúvidas sobre a saúde do mercado imobiliário, desemprego entre os jovens e a baixa demanda das famílias têm causado receios o futuro da atividade econômica.