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China: ações da Evergrande são suspensas na Bolsa de Hong Kong

Motivo para suspensão não foi divulgado, mas há relatos de que o presidente da Evergrande, Hui Ka Yan, estaria sob vigilância policial

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Reprodução/SOPA images via Getty Images
HONG KONG, CHINA - 2021/09/20: China Evergrande Centre sign seen on the front of their building. Fears of China property group Evergrande defaulting on debt have investors worried about the potential impact on the wider global economy. These concerns dragged Hong Kong stocks towards to a one-year low. (Photo by Katherine Cheng/SOPA Images/LightRocket via Getty Images)
1 de 1 HONG KONG, CHINA - 2021/09/20: China Evergrande Centre sign seen on the front of their building. Fears of China property group Evergrande defaulting on debt have investors worried about the potential impact on the wider global economy. These concerns dragged Hong Kong stocks towards to a one-year low. (Photo by Katherine Cheng/SOPA Images/LightRocket via Getty Images) - Foto: Reprodução/SOPA images via Getty Images

A negociação das ações da Evergrande, gigante do mercado imobiliário da China, foi suspensa nesta quinta-feira (28/9) na Bolsa de Valores de Hong Kong.

Os papéis das unidade de serviços imobiliários e de negócios de fabricação de veículos elétricos do grupo chinês também tiveram a negociação suspensa.

O motivo para a suspensão não foi divulgado oficialmente, mas há relatos de que o fundador e presidente da Evergrande, Hui Ka Yan, teria sido colocado sob vigilância policial.

O executivo também é o acionista controlador da Evergrande e estaria sendo monitorado pelas autoridades, segundo informações da Bloomberg. A imprensa chinesa, por sua vez, noticia que Hui Ka Yan teria sido detido em Pequim. Ele não é formalmente acusado por nenhum crime até o momento.

Hui Ka Yan, hoje com 64 anos, fundou a Evergande em 1996. A companhia se tornou a maior incorporadora residencial da China, mas acumulou dívidas nos últimos anos, até deixar de pagar suas obrigações internacionais em 2021.

Na quarta-feira (27/9), as ações da Evergrande desabaram 19% em Hong Kong. No fim de junho de 2023, a empresa tinha mais de US$ 320 bilhões em dívidas.

Novo calote

No início da semana, a Evergrande informou que está impossibilitada de emitir novos títulos, em meio à crise de liquidez enfrentada pela companhia, o que agrava a situação já delicada do mercado imobiliário do país asiático.

Em comunicado apresentado à Bolsa de Valores de Hong Kong, a Evergrande afirmou que a subsidiária Hengda Real Estate é alvo de uma investigação da Comissão Reguladora de Valores da China por supostamente violar as normas de divulgação de informações.

De acordo com a Evergrande, essa investigação impede que a empresa emita novos títulos.

Proteção contra falência

Em meados de agosto, a Evergrande pediu proteção contra a falência nos Estados Unidos.

A companhia recorreu a um instrumento denominado Chapter 15, da Lei de Falências dos Estados Unidos, que trata de processos internacionais de recuperação judicial que tiveram início em outros países.

A regra permite às empresas estrangeiras terem seu processo estendido aos EUA, protegendo ativos que possuem no país.

O pedido da construtora chinesa se refere a procedimentos de reestruturação em Hong Kong e nas Ilhas Cayman.

A Evergrande tenta, há meses, concluir um plano de reestruturação de sua dívida. Em abril, a companhia informou que não contava com o apoio necessário dos credores para colocar o plano em prática.

Há 10 dias, a Sunac, outra grande empresa do setor imobiliário chinês, também apresentou um pedido de proteção contra falência nos EUA. No fim do ano passado, as dívidas da Sunac giravam em torno de 1 bilhão de yuans, o equivalente a US$ 137 milhões.

A crise do mercado imobiliário da China

Reportagem publicada pelo Metrópoles em agosto mostrou que o mercado imobiliário chinês enfrenta uma grave crise.

O risco é o de um efeito dominó que afete a já abalada confiança dos consumidores, as contas das províncias e o setor financeiro chinês. Nos últimos três anos, ao menos 50 incorporadoras chinesas deram calote ou atrasaram pagamentos, segundo a agência de risco Standard & Poor’s.

O país tem sofrido com uma forte desaceleração econômica, com desemprego recorde entre os jovens e uma demanda fraca por bens e serviços, que desaqueceu o mercado. Em julho, a China registrou sua primeira deflação desde fevereiro de 2021, como reflexo da diminuição generalizada do consumo.

Depois de uma série de medidas para estimular a economia, Pequim teve algumas notícias auspiciosas nos últimos dias. Setores como indústria, varejo e serviços tiveram índices positivos em agosto, o que pode ser o início de uma reação. A venda de imóveis, contudo, recuou 1,5% nos oito primeiros meses do ano, agravando a situação do combalido mercado imobiliário local.

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