CEO do Hurb renuncia depois de apenas 40 dias no cargo
Otávio Brissant era considerado o braço direito de João Ricardo Mendes, fundador da companhia, que havia renunciado ao cargo em abril
atualizado
Compartilhar notícia
O CEO do Hurb (antigo Hotel Urbano), Otávio Brissant, renunciou ao cargo depois de apenas 40 dias no comando da empresa. A vaga deve voltar a ser ocupada por João Ricardo Mendes, fundador da companhia, que deixou o posto em abril, embora isso ainda não esteja definido de forma oficial.
Brissant estava no Hurb desde 2016 e atuou como diretor jurídico e de RH. Em uma mensagem publicada nas redes sociais, o agora ex-CEO do Hurb diz que cumpriu sua missão “ao construir e apresentar caminhos viáveis para a reestruturação da empresa”.
“Fiz tudo que estava ao meu alcance. Retomamos o diálogo com instituições financeiras e com órgãos reguladores e governamentais. Conseguimos mobilizar uma grande força-tarefa para atender clientes, hotéis e fornecedores”, escreveu Brissant. “Construímos alternativas com potencial para ajudar a empresa a se recuperar operacional e financeiramente, que não obtiveram consenso.”
A saída do CEO foi confirmada pelo Hurb, por meio de uma nota oficial.
“O Hurb comunica que Otávio Brissant, que ocupou o posto de CEO desde o último dia 25 de abril, está se desligando de suas funções executivas na empresa nesta data, 5 de junho de 2023. Seu substituto será escolhido pelo Conselho de Administração. A empresa agradece a colaboração e a dedicação de Brissant no tempo em que esteve à frente da empresa e nos sete anos em que atuou como diretor jurídico e de People.”
Hurb em crise
Na semana passada, a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) mandou suspender temporariamente a venda de alguns modelos de pacote de viagens da companhia, após reclamações de clientes e cancelamentos. No dia seguinte, o Hurb promoveu uma demissão em massa.
Nas últimas semanas, por causa de atrasos ou falta de pagamento da plataforma, vários hotéis e pousadas suspenderam reservas feitas pelo Hurb. O fato levou a que clientes relatassem problemas com reservas, voos e hospedagens.
A empresa também é alvo de uma ação civil pública apresentada pelo Instituto Brasileiro de Cidadania (Ibraci) junto à na 3ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. O órgão pede o bloqueio judicial das contas bancárias da empresa e de seus sócios e acionistas administradores, com o objetivo de garantir o pagamento de indenizações para os consumidores que se sentiram lesados.