CEO da BlackRock, sobre crise bancária: “Não sabemos as consequências”
Larry Fink, fundador e CEO da maior gestora de recursos do mundo, não descarta um contágio global após falência do Silicon Valley Bank (SVB)
atualizado
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A falência do Silicon Valley Bank (SVB), que já vem repercutindo no mercado financeiro, pode não ter sido um episódio pontual e ainda há o risco de contágio de outros bancos, o que pode causar uma crise de proporções imprevisíveis. A avaliação é do CEO e fundador da BlackRock, a maior gestora de recursos do mundo, Larry Fink.
Em uma carta endereçada a investidores e CEOs, Fink escreveu que ainda é cedo para dimensionar os reais efeitos do colapso do banco americano no sistema bancário global. Segundo ele, é possível que a quebra do SVB contamine, inicialmente, o sistema bancário regional dos Estados Unidos, levando outros bancos à falência.
“A verdade é que ainda não sabemos as consequências. Não sabemos se as consequências do dinheiro fácil e das mudanças regulatórias se espalharão pelo setor bancário regional dos EUA, com a possibilidade de mais convulsões e fechamentos”, afirmou o CEO da BlackRock.
“A resposta regulatória até agora foi rápida e ações decisivas ajudaram a evitar riscos de contágio. Mas os mercados permanecem no limite”, alertou Fink.
O executivo comparou o caso envolvendo o SVB à crise das poupanças e empréstimos nos anos 1980, quando mais de mil instituições financeiras do país quebraram.
Ainda de acordo com Fink, o aumento da inflação nos EUA, que levou à elevação da taxa de juros pelo Federal Reserve (o Banco Central americano), é outro fator que agrava o cenário atual.
“Isso (taxa de juros em patamares muito altos) é um preço que já estamos pagando por anos de dinheiro fácil e foi o primeiro dominó a cair”, afirmou o executivo.