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Centro-Oeste: taxa de ocupação cresce 3 vezes mais que a média do país

Entre dezembro de 2019, antes do início da pandemia de Covid-19, e março de 2023, o Centro-Oeste teve um aumento de 6,8% na taxa de ocupação

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1 de 1 Agronegocio - Agro - Rural - fazenda - metropoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

Além de ser a região brasileira com o maior aumento populacional do Brasil nos últimos anos, o Centro-Oeste também é o maior gerador de empregos formais e informais e registra o maior crescimento na taxa de ocupação, de acordo com dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entre dezembro de 2019, antes do início da pandemia de Covid-19, e março de 2023, o Centro-Oeste teve um aumento de 6,8% na taxa de ocupação. É um índice quase três vezes maior do que a média nacional no mesmo período, de 2,4%.

Ao final do primeiro trimestre deste ano, segundo um levantamento da LCA Consultores realizado a partir de dados da Pnad, 8,4 milhões de pessoas estavam ocupadas na região.

Depois do Centro-Oeste, o maior aumento registrado desde 2019 é na região Norte (5,1%). Em números absolutos, as duas regiões ainda ficam atrás das demais, que são mais populosas.

A pujança do agro

Uma das explicações para a alta nos índices de ocupação no Centro-Oeste é a força do agronegócio, que continua alavancando a economia brasileira.

Reportagem publicada no início de julho pelo Metrópoles mostrou que o Centro-Oeste tem a segunda menor taxa de desemprego do país (7%), acima apenas da região Sul (5%), também segundo dados da Pnad Contínua. A média nacional de desemprego foi de 8,8% no primeiro trimestre de 2023.

“O papel do agro é central nesse processo. As pessoas não vão se mudar para um lugar se ele não possibilitar uma melhora da qualidade de vida, com oportunidades de emprego e renda”, afirmou o economista Felippe Serigati, do Centro de Agronegócios da Fundação Getulio Vargas (FGV Agro).

“Principalmente em meados do século XX, houve um forte adensamento da região Sudeste. As pessoas iam para o Sudeste justamente porque a região proporcionava melhores oportunidades de vida. Algo semelhante vemos agora no Centro-Oeste, muitas vezes criando até um fluxo na direção oposta, notadamente devido à força do universo agro: profissionais qualificados e com boa formação que residiam no Sudeste acabaram migrando para o Centro-Oeste”, explica Serigati.

Os números do agronegócio brasileiro, de fato, escancaram o peso desse importante setor da economia sobre o Produto Interno Bruto (PIB) do país. No primeiro trimestre deste ano, de acordo com o IBGE, a economia brasileira avançou 1,9%. Mas esse resultado não teria sido possível sem o agro, que cresceu 21,6% no período – a maior expansão desde 1996.

Segundo dados da LCA, o Centro-Oeste reúne 16 das 20 cidades mais ricas do agro brasileiro – 10 estão em Mato Grosso, três em Mato Grosso do Sul e três em Goiás. Entre os 100 municípios mais ricos do agronegócio, 35 são de Mato Grosso, 13 de Mato Grosso do Sul e 10 de Goiás.

“Quando uma unidade frigorífica se instala em uma cidade, e é o tipo de indústria que demanda muita mão de obra, é óbvio que isso movimenta a cidade inteira. Entretanto, o mais importante é a renda que o setor gera. Essa renda não desaparece. Boa parte dela fica na economia local”, diz Serigati.

O agro não é o maior gerador de empregos diretos na região. Em março, do total de pessoas ocupadas no Centro-Oeste, 8% estavam alocadas em agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, de acordo com Pnad. O setor de serviços respondia por mais de 50% da ocupação.

Ao Metrópoles, Serigati ilustrou esse círculo virtuoso com um exemplo hipotético. “Um cirurgião plástico, que é uma mão de obra muito qualificada, pode ir para o Centro-Oeste porque o mercado em São Paulo e no Rio de Janeiro está saturado. Ele vê a renda daquela região crescendo, ele vê pessoas de lá vindo para São Paulo para fazer esse tipo de procedimento e se pergunta: por que não ir para lá? Isso também vale para um garçom e inúmeras outras profissões”, afirma.

“O mercado de trabalho está aquecido. É o agro que está empregando tudo isso de gente? Não diretamente. Mas o setor de serviços, que consegue absorver essa mão de obra, está aquecido justamente por causa da renda que o universo agro gerou.”

“Boom” populacional

Além de ter as maiores taxas de ocupação do país, o Centro-Oeste é a região que registra o maior crescimento populacional do país. De acordo com os dados do Censo Demográfico, a taxa anual de crescimento ficou em 1,2% na região entre 2010 e 2022, mais que o dobro da média nacional (0,52%) no período.

Segundo o Censo, a população do Centro-Oeste (ainda a região menos populosa do Brasil) era de quase 16,3 milhões de habitantes. Brasília se tornou a terceira cidade mais populosa do país, com 2,81 milhões de habitantes, atrás apenas de São Paulo e do Rio de Janeiro e à frente de capitais como Fortaleza, Salvador e Belo Horizonte.

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