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Caso Marabraz: MPBA avalia ação contra noivo de Marina Ruy Barbosa

Medida é um eventual desdobramento da disputa que em o herdeiro da Marabraz e noivo da atriz tentou interditar o pai na Justiça

atualizado

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imagem colorida do casal Marina Ruy Barbosa e do empresário Abdul Fares
1 de 1 imagem colorida do casal Marina Ruy Barbosa e do empresário Abdul Fares - Foto: Reprodução

O Ministério Público da Bahia (MPBA) reacendeu o pavio da briga judicial que tem como um dos protagonistas Abdul Farnes, de 41 anos, mais conhecido nas redes sociais como o noivo da atriz Marina Ruy Barbosa. Ele é um dos seis herdeiros do império erguido em torno da Marabraz, a rede com mais de 120 lojas de móveis espalhadas pelo estado de São Paulo, e havia ajuizado uma ação contra o pai, Jamel Fares, de 64 anos, um dos sócios da empresa.

Agora, no entanto, o vento pode ter mudado de direção e Abdul, que acusava o pai, pode se transformar em acusado. Isso porque a promotora Milena Moreschi de Almeida informou, em um despacho dado em 17 de dezembro, que o MPBA “adotará as medidas cabíveis” em relação a possíveis crimes noticiados por Jamel contra o filho e o noivo da atriz global, em ação que corre sob segredo de Justiça.

Um suposto “crime noticiado” no caso foi a acusação contra Abdul, o herdeiro, de falsidade ideológica, previsto no artigo 299 do Código Penal — com pena de 1 a 5 anos de prisão. De acordo com fontes próximas ao caso, a promotora advertiu no despacho que os delitos que serão analisados são de representação “pública incondicionada”. Ou seja, a ação contra Abdul pode ser movida pelo MPBA, independentemente da concordância das partes envolvidas no processo, como a vontade da vítima.

Para entender melhor o episódio, porém, é preciso retroceder um pouco no tempo. A medida adotada pelo MPBA está baseada em uma ação movida por Abdul contra o pai, Jamel. Em meados de novembro de 2024, o filho solicitou à Justiça a interdição paterna, com pedido de curatela – um mecanismo jurídico acionado quando uma pessoa é considerada incapaz de administrar seus bens.

Perfil devastador

Na ocasião, Abdul alegou que o pai apresentava uma enorme lista de problemas. Ela incluía adversidades como a depressão profunda e a dependência química de medicamentos controlados, supostamente consumidos de forma exagerada e sem prescrição médica. Tal quadro teria como agravante um comportamento especialmente agressivo. Essas condições, alegou o filho, comprometiam a capacidade de gestão dos negócios por parte de Jamel. Assim, ele pedia para ser nomeado curador do pai.

A ação, dizem fontes ouvidas pelo Metrópoles, ia mais longe e traçava um perfil psicológico e comportamental devastador de Jamel. E continha um detalhe: foi apresentada à Justiça na Comarca de Simões Filho, uma cidade industrial a cerca de 20 quilômetros de Salvador, na Bahia. Isso sob a alegação de que Abdul e o pai, ambos bilionários, residiam naquele município, num condomínio popular, um empreendimento do Minha Casa Minha Vida, com casas de 125 metros quadrados, avaliadas em R$ 300 mil. O aluguel do imóvel seria de R$ 2,5 mil mensais.

Notícia-crime

E foi justamente essa indicação da residência que pode ter feito a ação de Abdul se virar contra ele. Isso porque, em dezembro, Jamel revidou. Apresentou uma notícia-crime na qual apontava “indicativos de prática de crime de falsidade ideológica” por parte do filho, além de classificá-lo como “um ingrato, um parasita”.

No pedido de investigação feito à Polícia Civil baiana, Jamel disse que nunca havia nem sequer pisado em Simões Filho, muito menos morado ali. Afirmou que vive a cerca de 2 mil quilômetros de distância da cidade baiana, num condomínio de Alphaville, em Barueri, um subúrbio de luxo nas imediações da capital paulista. Este, aliás, também seria o local de residência de Abdul. Daí, a base da tese da suposta falsidade ideológica.

Defesa

Em relação ao endereço, a defesa de Abdul teria informado à Justiça que um contrato de locação residencial foi formalizado no município de Simões Filho pelo herdeiro da Marabraz, mas o locador não cumpriu com a entrega do imóvel no prazo estabelecido. Isso inviabilizou o negócio, o que resultou na rescisão do mencionado contrato.

Por ironia, a decisão do Ministério Público da Bahia ocorre num momento em que o caso dava passos firmes a um final conciliatório. Em 14 de dezembro, Abdul e Jamel cessaram o tiroteio e anunciaram que a família havia chegado a um consenso. O filho informou formalmente à Justiça que desistiu da ação na qual pedia a interdição do pai, com curatela dos bens.

Jamel, por sua vez, abriu mão da notícia-crime contra Abdul. Ambos chegaram a posar juntos num retrato carinhoso, num café da manhã (veja foto na galeria, abaixo).

Em um documento com firma reconhecida, afirmou Jamel: “Jamais autorizei a adoção de medidas criminais contra meu filho. Os detalhes dessa vida privada não são do interesse de ninguém. Infelizmente, não é circunstância inédita que divergências familiares em grupos empresariais sejam, em parte, objeto de disputas judiciais. O sigilo desse tipo de procedimento, quando violado por vazamentos sensacionalistas, causa danos irremediáveis a todos os envolvidos”.

Briga profunda

Com a expressão “vazamentos sensacionalistas”, é possível que Jamel tenha se referido às notícias que expuseram minúcias da briga familiar. E nem de longe ela se resume ao processo descrito acima, iniciado por Abdul contra o pai, seguido pelo contra-ataque paterno na direção do filho.

A pendência judicial é mais ruidosa – e visceral. Pouco depois do início do processo movido por Abdul contra o pai, Jamel e seu irmão Nasser Farnes, considerado o principal gestor dos negócios da Marabraz, também entraram com uma ação na Justiça, que vinha sendo preparada havia meses.

“Vida nababesca”

O objetivo da medida, ainda em curso, é reaver as quotas de uma holding da família, repassadas para os seis herdeiros da empresa. Nesse processo, os dois irmãos, pai e tio de Abdul, alegaram que ao menos parte da nova geração estava dilapidando o patrimônio familiar com especial voracidade ao levar uma “vida nababesca”.

De acordo com fontes próximas do caso, essa ação aponta que Abdul, por exemplo, gastou mais de R$ 22,5 milhões em “despesas pessoais” em menos de três anos, num estilo de vida “digno de um potentado árabe”. Dessa bolada, ao menos US$ 1 milhão (cerca de R$ 6 milhões) teria sido despendido na compra do anel de noivado dado pelo herdeiro da Marabraz à atriz Marina Ruy Barbosa.

A joia, no formato de navete (alongado e estreito, com extremidades pontiagudas), cravejado de diamantes (veja foto na galeria, abaixo), teria sido presenteada num bate-volta a Dubai, nos Emirados Árabes.

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Marina Ruy Barbosa com o noivo, Abdul Fares
Joia dada para Marina Ruy Barbosa foi avaliada em US$1 milhão
Joia teria sido oferecida em bate-volta a Dubai
Jamel Fares (esq.) e o filho Abdul, após a anunciada reconciliação
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Marina Ruy Barbosa parabeniza o noivo pelo aniversário

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Marina Ruy Barbosa com o noivo, Abdul Fares

Felipe Gaieski
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Joia dada para Marina Ruy Barbosa foi avaliada em US$1 milhão

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Joia teria sido oferecida em bate-volta a Dubai

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Jamel Fares (esq.) e o filho Abdul, após a anunciada reconciliação

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Fôlego renovado

O fato é que, agora, com a decisão MP da Bahia, o enfrentamento, que parecia se dissipar, ganhou um fôlego inesperado. Mesmo porque o suposto crime de falsidade ideológica é de representação pública incondicionada e não depende da anuência da vítima – no caso Jamel – para a ação prosseguir. Ou seja, o processo pode avançar mesmo que o pai tenha perdoado o filho e não queira que ele seja processado criminalmente.

Por fim, no despacho, a promotora Milena de Almeida, do MPBA, também concordou com a transferência do processo para o município de Barueri, na Grande São Paulo, local em que, como alegou Jamel, ele e o filho residem, e onde foi apresentada a notícia-crime contra Abdul.

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