Caso Americanas: “Lamentável e gravíssimo”, repete presidente da CVM
“A CVM não tolerará ilícitos no mercado de capitais”, garantiu o presidente do órgão, João Pedro Barroso do Nascimento
atualizado
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Durante sua participação na audiência pública da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, nesta terça-feira (28/3), o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Barroso do Nascimento, afirmou que o episódio envolvendo o rombo contábil na Americanas foi “lamentável e gravíssimo”, repetindo discurso que havia adotado em fevereiro, durante um evento do BTG Pactual.
Segundo Nascimento, a CVM abriu 12 processos administrativos e dois inquéritos administrativos para investigar eventuais irregularidades envolvendo a Americanas. A varejista enfrenta a maior crise de sua história após a descoberta de um rombo contábil bilionário, entrou em recuperação judicial e tem dívidas acumuladas de R$ 42,5 bilhões com quase 10 mil credores.
“Esse caso é lamentável e gravíssimo. A descoberta dessas inconsistências contábeis trouxe impactos e efeitos adversos à economia do país e especialmente ao setor de crédito”, afirmou o presidente da CVM.
“As áreas competentes da CVM estão cuidadosa e diligentemente apurando as práticas da companhia”, prosseguiu Nascimento. “Esse caso é gravíssimo e, aparentemente, estamos observando que as relações de freios e contrapesos falharam.”
O presidente da CVM ressaltou que não se pode “tirar conclusões precipitadas” neste momento. “A CVM montou uma força-tarefa para apurar esse episódio, em cooperação com outros órgãos”, completou, citando a Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal (MPF) e a Advocacia-Geral da União (AGU). “A CVM não tolerará ilícitos no mercado de capitais”, concluiu Nascimento.