Casa do Pão de Queijo entra com pedido de recuperação judicial
Segundo a empresa, pandemia levou à queda do faturamento e enchentes em Porto Alegre (RS) pioraram quadro. Dívidas somam R$ 57 milhões
atualizado
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A Casa do Pão de Queijo protocolou um pedido de recuperação judicial na sexta-feira (28/7), na Vara de Competência Empresarial e de Conflitos Relacionados à Arbitragem, em Campinas (SP). Na ação, a rede de cafeterias, uma das maiores do país, menciona dívidas de cerca de R$ 57,5 milhões.
O pedido de recuperação judicial não inclui as franquias da rede, mas 28 filiais situadas em aeroportos. No documento, a medida é apontada pela companhia como a “solução para a situação financeira atual, de modo a permitir à direção da empresa honrar todos os seus compromissos”.
A empresa diz que o fechamento de lojas durante a pandemia ocasionou um baque expressivo nos negócios, com quedas na venda de produtos, dificuldades na quitação de aluguéis e de pagamentos de funcionários. Houve redução de até 97% do faturamento nesse período. O cenário teria se agravado com o alagamento do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, em abril, onde funcionavam quatro lojas “rentáveis e com fluxo de caixa significativo”.
Dos R$ 57,5 milhões em dívidas mencionados na ação, R$ 55,8 milhões estão associados a credores sem garantias (quirografários, no jargão). Mais R$ 1,3 milhão é devido a microempresas e companhias de pequeno porte. Outros R$ 244,3 mil estão relacionados a débitos trabalhistas.
A Casa do Pão de Queijo foi fundada em 1967, com a abertura da primeira loja na Rua Aurora, no centro de São Paulo. No primeiro dia de funcionamento, foram vendidos 2 mil pães de queijo. Nos anos 80, a empresa inaugurou uma fábrica própria na Barra Funda, na zona oeste paulistana, e adotou o modelo de franquias. Em 2008, somava mil pontos de vendas espalhados pelo Brasil