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Campos Neto: Selic deve cair mais 1 ponto percentual até março de 2024

Roberto Campos Neto, do BC, confirmou a tendência de redução de 0,5 ponto percentual na Selic nas reuniões do Copom em janeiro e março

atualizado

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Imagem do rosto de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central. Ele fala ao microfone do Senado e usa óculos - Metrópoles
1 de 1 Imagem do rosto de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central. Ele fala ao microfone do Senado e usa óculos - Metrópoles - Foto: Pedro França/Agência Senado

A taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) deve cair mais 1 ponto percentual nas duas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). É o que projeta o presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto.

Em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira (21/12), o chefe do BC confirmou a tendência de o ciclo de cortes da Selic se manter no ritmo atual pelo menos nos próximos encontros do Copom, marcados para janeiro e março do ano que vem.

Com mais dois cortes de 0,5 ponto percentual, a taxa de juros no Brasil deve chegar a 10,75% ao ano em março. Atualmente, a Selic está em 11,75% ao ano, depois de quatro quedas consecutivas.

Questionado se o ritmo atual de cortes se manteria nas duas próximas reuniões do Copom, Campos Neto disse: “A resposta é sim”.

“As próximas duas reuniões são a forma de conduzir a política com o menos custo possível. Na última reunião, a interpretação, de forma unânime, foi a de que é a melhor forma de fazer”, afirmou.

“Hoje, com as variáveis que temos, o mais apropriado é o ritmo de corte de 50 pontos-base nas próximas duas reuniões. Em relação ao cenário fiscal, reconhecemos o esforço (do governo) e ele precisa melhorar. Tem um ‘gap’ entre o que o mercado entende que precisa o governo. Mas não existe uma relação mecânica entre fiscal e a queda de juros”, completou Campos Neto.

Inflação

Na entrevista, o presidente do BC voltou a destacar o comportamento benigno da inflação brasileira nos últimos meses, mas alertou para os possíveis efeitos negativos do aumento desenfreado do consumo.

Segundo Campos Neto, “um consumo consistentemente subindo, com investimento consistentemente caindo” pode pressionar a inflação para cima. “Mas, olhando para períodos mais longos de investimento, não tem ocorrido isso”, ponderou.

Em novembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, ficou em 0,28%. Embora tenha acelerado em relação a outubro (quando foi de 0,24%), o indicador veio ligeiramente abaixo das projeções do mercado.

No acumulado de 12 meses, até novembro, a inflação no país foi de 4,68%. No ano, o índice acumulado é de 4,04%. Segundo o Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação para este ano é 3,25%. Como há um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo, a meta será cumprida se ficar entre 1,75% e 4,75%.

“Existe uma relação entre fiscal e expectativa de inflação. Mas nada é mecânico. A gente tenta ver os fatores que podem influenciar para dar um guia de como tomamos decisão. Se o fiscal for pior, o governo seguir fazendo reformas e o mercado entender que uma coisa não impacta tanto a outra, para a gente não é relevante. O fiscal é importante, mas não é mecânico”, disse Campos Neto.

De acordo com a última edição do Relatório Focus, do BC, divulgada no início desta semana, a inflação no Brasil deve terminar 2023 em 4,49% – abaixo, portanto, do teto da meta para este ano. A taxa básica de juros, por sua vez, deve fechar o próximo ano em 9,25%, diz o Focus.

A próxima reunião do Copom está marcada para os dias 30 e 31 de janeiro de 2024.

Veja o calendário completo com as oito reuniões do Copom em 2024:

  • 30 e 31 de janeiro
  • 19 e 20 de março
  • 7 e 8 de maio
  • 18 e 19 de junho
  • 30 e 31 de julho
  • 17 e 18 de setembro
  • 5 e 6 de novembro
  • 10 e 11 de dezembro

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