Campos Neto: reformas geraram “efeito mais positivo no crescimento”
Para o presidente do BC, a economia brasileira vem sentindo os efeitos benéficos da aprovação de reformas estruturantes nos últimos anos
atualizado
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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, voltou a falar sobre o desempenho acima das expectativas da economia brasileira no segundo trimestre de 2023.
De acordo com dados divulgados na semana passada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil avançou 0,9% no período entre abril e junho deste ano. A média das projeções do mercado indicava uma alta de apenas 0,3%.
“Erros (nas projeções para o PIB) ficaram concentrados em alguns pontos. Existia uma percepção de retração na agricultura, que não veio”, afirmou Campos Neto, que participou nesta terça-feira (5/9) de um seminário promovido pelo Julius Baer Group, em São Paulo.
“Como o primeiro trimestre veio muito forte em agro, a gente olha se alguma coisa no segundo trimestre transbordou do primeiro. Tem alguma coisa disso, mas o dado veio muito forte”, completou.
No segundo trimestre de 2023, a alta do PIB foi puxada pelo bom desempenho da indústria, que avançou 0,9%, e do setor de serviços, que cresceu 0,6%.
Depois de alavancar o crescimento da economia do país no início do ano, quando cresceu mais de 21%, a agropecuária recuou 0,9%, em resultado já esperado pelo mercado.
Para o presidente do BC, a economia brasileira vem sentindo os efeitos benéficos da aprovação de reformas estruturantes nos últimos anos, como as da Previdência e a trabalhista, além das recentes aprovações do novo Marco Fiscal e da reforma tributária.
“Já são 18 meses de números melhores de crescimento. Talvez seja o poder cumulativo dessas reformas, com efeito mais positivo no crescimento”, disse Campos Neto.
O chefe da autoridade monetária também destacou a alta do consumo das famílias e da indústria, que vieram “bem mais fortes” que o esperado.
Inflação
Em relação à inflação no Brasil, Roberto Campos Neto afirmou que a situação está dentro do esperado neste momento.
“A inflação de serviços, mesmo no último número que surpreendeu para cima, não foi ruim. O número todo de forma geral foi ruim, mas, olhando a tendência ainda, está no que a gente imaginava”, concluiu.