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Campos Neto rebate Marinho e alfineta Haddad

Presidente do BC disse que autonomia financeira do órgão não deve ser discutida na mídia e defendeu cumprimento da meta da inflação

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imagem colorida presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comparece a audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), no Senado Federal
1 de 1 imagem colorida presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, comparece a audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), no Senado Federal - Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, rebateu, nesta quinta-feira (28/6), em entrevista em São Paulo, declarações do ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. De quebra, alfinetou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Na quarta-feira (27/3), Marinho disse que há uma maneira “burra” e outra “inteligente” para reduzir a inflação no Brasil. A “burra”, na opinião do ministro, é a que vem sendo adotada pelo BC, com a manutenção de juros altos no país, o que inibe a atividade econômica. 

A “inteligente” seria pelo aumento da produção da indústria, o que aliviaria a pressão inflacionária. Ele também afirmou que o BC é responsável pela continuidade da criação de empregos no país. Uma diminuição dos cortes da taxa básica de juros, a Selic, na avaliação de Marinho, pode comprometer o avanço de tal processo. 

Questionado sobre o tema, Campos Neto disse que “respeita as críticas”. “Entendemos que cada pessoa tem uma forma de olhar diferente”, afirmou. “Mas a missão do BC é trazer a inflação para a meta.”

Perdas de renda

O presidente do BC acrescentou que tal “missão é estabelecida dessa forma porque a inflação alta gera um desequilíbrio muito grande de renda”. “E isso é uma coisa que afeta muito mais a camada da população mais carente”, disse. “A gente tem países, vários exemplos, Argentina e Turquia, onde a inflação alta gerou uma desigualdade muito grande, afetando quem mais precisa.”

Campos Neto acrescentou que a meta da inflação, em 3% ao ano para 2024, é determinada pelo governo e não pelo Banco Central. “Importante é trazer essa inflação para a meta com o menor custo para a sociedade, com um mínimo de custo de crescimento, desemprego e retração de crédito”, afirmou. 

“Quando a gente olha o que foi feito nesse um ano e meio, o que a gente vê é que o Brasil está fazendo a inflação convergir para a meta, ainda que a última milha seja mais dolorida, com custo bastante baixo”, acrescentou. “O crescimento surpreendeu para cima e o desemprego tem surpreendido para baixo.”

Autonomia do BC 

Também na quarta-feira (27/3), o ministro Haddad disse que Campos Neto deveria ter procurado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que trata da autonomia financeira do BC.

“Acho que esse tema não é para ser tratado na mídia. Foi o que eu combinei com o ministro Haddad”, disse Campos Neto. “Esse é um assunto bastante técnico. É um erro pensar que é sobre remuneração de funcionários, ela trata de modernização.”

Verba curta

Ele mencionou que o orçamento para projetos do BC é hoje um quarto do que era há quatro anos atrás, isso em valores nominais – ou seja, sem considerar a inflação. “Se a gente pensar nas inovações que o BC fez, claramente vê que não é suficiente”, disse, referindo-se ao valor da verba.

Campos Neto também afirmou que o Banco Central não encaminhou a PEC ao Legislativo: “O que a gente está tentando fazer é uma aproximação do Legislativo com o governo”.

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