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Campos Neto: “Queremos ligar o Pix a outras plataformas mundiais”

Em evento sobre inteligência artificial em São Paulo, Roberto Campos Neto, do BC, falou sobre Pix, Drex, superaplicativos e tecnologia

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O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, voltou a falar na possibilidade de integrar o Pix a “outras plataformas mundiais”. O sistema de transferências e pagamentos eletrônicos criado pelo BC já é a principal forma de pagamento utilizada pelos brasileiros.

Campos Neto participou da mesa de abertura do Fórum Brasileiro de Inteligência Artificial (IA), organizado pela Fundação Milton Campos, do Progressistas (PP), em São Paulo.

Além do chefe da autoridade monetária, estiveram no evento os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), além do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

“Apressamos muito o Pix durante a pandemia e entramos com o Open Finance agora, com os dados de bancos abertos a quem permitir”, disse Campos Neto. “Temos vários dados que mostram que o Pix, de fato, gera bancarização e inclusão. À medida que ele cresce, o número de contas abertas também cresce. Queremos ligar o Pix a outras plataformas mundiais”, completou o presidente do BC.

A internacionalização do Pix é uma das agendas da gestão de Campos Neto no BC. Desde o início do ano, a autoridade monetária brasileira vem discutindo o projeto com países como Uruguai, Colômbia, Equador e Chile. A ideia é formar um bloco de países que utilizem o sistema instantâneo de pagamentos e transferências na América Latina.

“Muita gente fala em moeda comum. Mas, se você tiver um sistema digital de pagamentos no qual consiga digitalizar o pagamento de ponta a ponta, de forma eficiente, você já terá isso sem abrir mão de sua política monetária”, afirmou Campos Neto.

Drex

Em sua palestra na abertura do evento do PP, o presidente do BC também falou sobre o Drex, nome dado ao Real Digital, que será a primeira moeda digital oficial do Brasil. Em linhas gerais, trata-se de uma representação da cédula física do real, só que disponibilizada em uma plataforma 100% digital.

A futura moeda digital seguirá exatamente os mesmos fundamentos e padrões de valor e estabilidade que vigoram no caso do real físico. Ela será emitida pelo BC e funcionará com uma extensão da moeda física. Sua distribuição ao público será feita por meio de bancos e instituições de pagamento.

“O Drex vai muito além de um pagamento digital. Hoje, quando você faz um pagamento, o pagamento é para uma pessoa. Não por um contrato. Tem toda a implicação e a insegurança relacionada a isso”, disse Campos Neto.

“Com o Drex, você terá um contrato inteligente programado para receber um dinheiro. Quando isso acontece, ele já gera um contrato e um registro automático. O custo de registro cairá muito”, explicou.

Os superaplicativos

Roberto Campos Neto também destacou a nova etapa do Open Finance, os chamados agregadores financeiros, também conhecidos como superaplicativos. A ideia é que esses aplicativos reúnam todas as informações das pessoas físicas, que hoje estão espalhadas por vários bancos, em uma única plataforma.

“Daqui a um tempo, espero que não mais do que um ano e meio ou dois anos, você só terá um aplicativo no celular”, afirmou Campos Neto. “Você apertará um botão e saberá tudo o que vai receber e pagar. Pensamos em colocar alguma coisa de IA para melhorar a capacidade das pessoas de terem planejamento financeiro.”

IA como “complemento” ao ser humano

O presidente do BC também falou sobre a evolução da IA, que, em sua visão, servirá como um “complemento” ao ser humano, e não como seu substituto.

“A mistura de IA com o ser humano é melhor do que qualquer IA ou qualquer ser humano”, disse Campos Neto. “A mistura do processo matemático com a intuição é melhor do que os dois isolados.”

O mundo precisa de uma ferramenta para aumentar a produtividade, que está estável. Existia uma visão de que a internet e o boom da tecnologia aumentariam a produtividade”, prosseguiu Campos Neto.

O presidente do BC ressaltou que “quase toda a alta da bolsa americana recente está em empresas de IA”.

“Essas empresas que tiveram retorno positivo não olhavam o IA como um substituto do ser humano, mas como complemento. Usaram o processo de IA para complementar o trabalho do funcionário”, afirmou.

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