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Campos Neto: “Queda da inflação é mais lenta do que esperávamos”

“A batalha não foi vencida e temos de persistir”, disse o presidente do BC, Roberto Campos Neto, em conferência com investidores em Londres

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Roberto Campos Neto
1 de 1 Roberto Campos Neto - Foto: Ian Ferraz/Metrópoles

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta quarta-feira (19/4), durante uma conferência com investidores internacionais, em Londres, que a queda da inflação no Brasil está sendo “mais lenta” do que se esperava.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, ficou em 0,71% em março, ante 0,84% em fevereiro. No acumulado de 12 meses até março, a inflação foi de 4,65%, o menor índice desde 2021.

“Olhamos muitas coisas e cruzamos muitos dados. Mas a realidade é que a queda da inflação é mais lenta do que esperávamos, considerando o patamar da taxa real de juros no Brasil. O que nos diz que a batalha não foi vencida e temos de persistir”, disse o chefe da autoridade monetária, que participou de um evento promovido pelo European Economics & Financial Centre (EEFC).

“O índice bruto de inflação está poluído pelas mudanças na tributação de gasolina, energia e gás. Quando olhamos para o cerne da inflação, está levemente abaixo dos 8%, o que é muito alto”, prosseguiu Campos Neto.

Segundo o presidente do BC, “o fato de a inflação projetada estar acima da meta é um sinal de alerta, de que precisamos olhar a questão mais de perto”.

A taxa básica de juros, a Selic, é o principal instrumento do BC para controlar a inflação. Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) aumenta os juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, o que se reflete nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Assim, taxas mais altas também podem conter a atividade econômica. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano.

Arcabouço fiscal

Aos investidores internacionais, o presidente do BC falou ainda sobre o projeto do novo arcabouço fiscal, entregue pelo governo ao Congresso na terça-feira (18/4). Campos Neto já havia elogiado a proposta, assim que ela foi anunciada pela equipe econômica.

“O texto foi enviado ontem, não tive tempo de olhar todos os detalhes, mas parece em linha com o que eu tinha visto antes”, disse.

“Acho que é uma boa indicação de que estamos avançando na direção correta. Remove o risco que vi em algumas projeções por aí, de que a dívida fosse para 100% [do PIB] muito rápido”, concluiu Campos Neto.

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