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Campos Neto: “É importante insistir na manutenção da meta fiscal”

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a defender esforços do governo para cumprir a meta de déficit zero em 2024

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Imagem do rosto de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central. Ele fala ao microfone do Senado e usa óculos - Metrópoles
1 de 1 Imagem do rosto de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central. Ele fala ao microfone do Senado e usa óculos - Metrópoles - Foto: Pedro França/Agência Senado

Em meio às discussões no governo sobre o cumprimento ou não da meta fiscal em 2024, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, voltou a defender que o Executivo se esforce para alcançar os objetivos estabelecidos até então.

Na quinta-feira (16/11), como noticiado pelo Metrópoles, o deputado federal Danilo Forte (União-CE), relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), confirmou que o governo federal manteve o déficit zero como meta fiscal.

A decisão foi interpretada pelo mercado como uma vitória apenas parcial do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defensor do déficit zero. Analistas acreditam que o debate em torno de uma mudança na meta tenha sido prorrogado para o primeiro semestre de 2024.

“Independentemente das dificuldades, é importante insistir na manutenção da meta fiscal”, afirmou Campos Neto nesta sexta-feira (17/11), durante um seminário promovido pelos jornais Valor Econômico e O Globo, em São Paulo.

“Você gastou um tempo enorme desenhando o arcabouço. E o arcabouço já tem previsões do que acontece quando não consegue atingir as metas, tem previsão de penas, de contingenciamento. Você fez um arcabouço, lutou por ele, fez um trabalho de convencimento dos parlamentares, de comunicação com a sociedade”, observou Campos Neto.

“A gente tem uma diferença grande entre a previsão do mercado e a meta do governo. Existe possibilidade de obter receitas com algumas correções de distorções”, concluiu.

Inflação, câmbio e emprego

Segundo o presidente do BC, “a inflação cheia global teve um repique e depois voltou a cair”. Campos Neto observou que os núcleos de inflação estão caindo em grande parte dos países.

“A inflação cheia mundial teve um repique de energia e depois voltou a cair. Havia um entendimento de que, pelos conflitos globais, o preço do petróleo podia subir muito, mas isso durou dois ou três dias e voltou a cair”, observou.

“Sempre há o argumento de que o diferencial de juros é grande no Brasil. A gente entende que ainda tem espaço. Não é a queda de juros que vai fazer uma reversão grande no câmbio”, disse Campos Neto. 

Para o chefe da autoridade monetária, o câmbio no Brasil está se comportando bem e o mercado de trabalho segue resiliente, assim como em outras partes do mundo.

“O mercado de capitais reabriu, voltou a ter emissões grandes, principalmente o mercado de renda fixa. O mercado de equity ainda está um pouco atrasado, mas está se restabelecendo”, afirmou. 

“Não tem sobra de mão de obra no mercado. Em grande parte, estamos com um desemprego menor que antes da pandemia”, afirmou. “Há uma subida de salários reais em alguns lugares, portanto, não vai haver uma grande desinflação de salários.”

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