Campos Neto diz ser “muito contra” criação de moeda única entre Brasil e Argentina
Para presidente do BC, divisa teria o DNA dos dois países. Juros e inflação seriam uma mistura das taxas de ambas as economias
atualizado
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira (2/6), em São Paulo, ser “muito contra” a criação de uma moeda comum entre o Brasil e a Argentina. A proposta chegou a ser defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos primeiros dias de seu governo.
Campos Neto, durante participação no Valor Capital’s Crypto Workshop, organizado pelo Valor Capital Group, comparou uma moeda única a uma criança. “Ela vem com o DNA do pai e da mãe. É muito difícil ser diferente deles”, afirmou. Ele acrescentou que “isso significa que, quando há uma moeda resultante de duas outras”, os juros e a inflação serão uma mistura das taxas de ambos os países.
O presidente do BC defendeu, porém, a conversibilidade de moedas, que é a capacidade de uma divisa ser aceita por outros países sem restrições. “Uma vez que tivermos mais moedas internacionais, poderemos pensar em uma completa conversibilidade”, disse, observando que está nos planos do BC fazer do real uma moeda conversível. “Mas faremos isso de forma gradual”.