Campos Neto dá voto decisivo para corte de 0,25 ponto da Selic
Diretores dividiram-se com quatro votos a favor de 0,25 ponto e outros quadro pela redução de 0,50 ponto. Presidente do BC decidiu impasse
atualizado
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A decisão de corte de 0,25 ponto percentual da taxa básica de juros do país, a Selic, anunciada nesta quarta-feira (8/5), provocou um racha entre os integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom), formado pelo presidente do Banco Centra (BC), Roberto Campos Neto, e oito diretores do órgão.
Quatro diretores que assumiram os cargos durante a gestão do PT votaram na redução de 0,50 ponto percentual. Foram eles Gabriel Galípolo, Ailton de Aquino Santos, Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira.
Outros quatro, que já faziam do BC, posicionaram-se a favor dos 0,50 ponto. Nessa lista, ficaram Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Gabriel Muricca Galípolo, Otávio Ribeiro Damaso, Renato Dias de Brito Gomes. Para desempatar, Campos Neto, o último a se manifestar, deu o voto de Minerva.
Falta de consenso
A falta de consenso não chega a ser uma surpresa nas ocasiões em que há uma mudança de rumo da taxa. Ou mesmo, quando ocorrem alterações no balanço de riscos do cenário econômico – o que pode levar a divergências sobre a interpretação do quadro em voga.
Quando a Selic caiu de 13,75% para 13,25%, em agosto do ano passado, na primeira redução da taxa em um ano, tamém houve dissenso. Na ocasião, votaram a favor de um corte de 0,50 ponto percentual o presidente Campos Neto e os diretores Ailton de Aquino Santos e Gabriel Galípolo, ambos indicados na atual gestão do PT no governo, além de Carolina de Assis Barros e Otávio Ribeiro Damaso.
Optaram por uma redução de 0,25 ponto percentual Diogo Abry Guillen, Fernanda Magalhães Guardado, Maurício Costa de Moura e Renato Dias de Brito Gomes. Ou seja, o placar foi apertado, com 5 a 4 pela redução de 0,50 ponto. O voto minerva, que desempatou a disputa, foi dado por Campos Neto.
Depois disso, ocorreram outros cinco cortes seguidos de 0,50 ponto percentual. Todos, contudo, contaram com o apoio da unanimidade dos integrantes do Copom.