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Campos Neto: crédito preocupa, mas não há crise “estrutural”

Segundo o presidente do BC, Roberto Campos Neto, Brasil tem “sistema bem capitalizado”; para ele, crise em bancos internacionais é pontual

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Marcelo Camargo/Agência Brasil
O economista Roberto de Oliveira Campos Neto, indicado pela presidência da República para o cargo de presidente do Banco Central, durante sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado
1 de 1 O economista Roberto de Oliveira Campos Neto, indicado pela presidência da República para o cargo de presidente do Banco Central, durante sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado - Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Durante sua participação em um evento promovido por um banco na manhã desta quarta-feira (5/4), o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse que é importante ter atenção com o sistema de crédito do país, mas descartou que haja um problema “estrutural” que afete esse mercado no momento.

“A migração da pessoa física para produtos como o cartão de crédito, por exemplo, nos preocupa. O endividamento está bastante alto. Grande parte dos bancos tem uma preocupação, mas não acha que há nenhum tipo de crise ou problema estrutural no sistema de crédito”, afirmou o chefe da autoridade monetária.

Segundo Campos Neto, o Brasil tem “um sistema bem capitalizado, líquido”. “A nossa forma de monitorar os bancos e a nossa segmentação são um pouco mais rígidas”, observou.

Crise bancária

O presidente do BC também comentou a recente crise em bancos internacionais, com a quebra do Sillicon Valley Bank (SVB), nos Estados Unidos, e a venda do Credit Suisse para o UBS, na Suíça.

Para Campos Neto, são episódios que têm relação com fatores locais e, por enquanto, não há no horizonte uma crise sistêmica global.

“É sempre fácil ligar a sequência de eventos a um fator comum. Mas são eventos diferentes. Nos EUA, tivemos um problema no sistema regional de bancos, que é muito específico deles. O SVB tem uma base de depositantes muito concentrada e muito interligada. É como se fosse um banco em que grande parte dos clientes fosse da mesma família”, ressaltou.

“Alguns bancos estavam com rentabilidade baixa. Você teve uma fragilidade em um banco (Credit Suisse), que acabou afetando… A solução dada pela Suíça foi relativamente rápida. A implicação disso é que o crédito vai desacelerar na Europa e nos EUA”, projetou Campos Neto.

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