Busca de crédito por empresas tem maior alta em um ano e meio
Em agosto, apetite por empréstimos cresceu 10,1%. Esse foi o maior crescimento desce marco de 2022, segundo pesquisa da Serasa Experian
atualizado
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A busca por crédito por parte de empresas brasileiras aumentou 10,1% em agosto, em relação ao mesmo mês do ano anterior. Esse foi o maior crescimento observado desde março de 2022 – num período de um ano e meio, portanto. A constatação foi feita por pesquisa mensal realizada pela Serasa Experian.
De acordo com o levantamento, divulgado com exclusividade pelo Metrópoles, desde março do ano passado, a procura das companhias nacionais por recursos financeiros vinha apresentando sucessivas quedas ou, em menor número, reações tímidas.
Em junho, por exemplo, o indicador registrou queda de 8,2% e, no mês seguinte, cresceu apenas 1,1%. Desde março de 2022, os maiores recuos ocorreram em outubro e dezembro do ano passado, com baques de 16,4% e 20,3%, respectivamente.
Para o economista Luiz Rabi, a Serasa Experian, agora, o maior apetite por crédito das empresas pode ser um reflexo da queda da taxa básica de juros, a Selic. Ela sofreu dois cortes, ambos de 0,5 ponto porcentual, em 2 de agosto e 20 de setembro. O primeiro deles teria afetado o indicador de empréstimos.
Sazonalidade
Rabi acrescenta que os dados da pesquisa também podem estar relacionados à perspectiva de maior crescimento da economia brasileira neste ano e a fatores sazonais. “Por conta das vendas de fim de ano e do ingresso do 13º salário na economia, o quarto trimestre tende a ser mais aquecido”, diz o técnico. “Isso faz com que a demanda das empresas por capital de giro cresça antecipadamente.”
De acordo com a pesquisa, a análise por porte das firmas mostra que as micro e pequenas empresas (MPEs) foram as que mais buscaram crédito em agosto, com um avanço de 10,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior. As grandes companhias registraram crescimento de 9,8%, na mesma comparação.
Serviços na liderança
A divisão por segmentos da economia indica que, em agosto, a demanda por empréstimos foi maior no segmento de serviços (13,8%), seguido pelo comércio (6,9%), indústria (4,1%) e “demais áreas” (2,6%), tópico que inclui os setores financeiro, primário (agricultura e pecuária) e terceiro setor.
Apenas duas das 27 unidades federativas, o Rio Grande do Sul (-0,3%) e o Distrito Federal (-1,1%), registraram queda na busca por crédito em agosto. Nos demais estados, o maior avanço ocorreu no Rio de Janeiro (27,3%). A seguir, vieram São Paulo (15,5%) e Maranhão (15,4%).