Brasileiro Carlos Ghosn é alvo de novo pedido de prisão na França
O franco-brasileiro Carlos Ghosn, ex-executivo do grupo Nissan-Renault, é investigado há anos na França e no Japão por fraudes financeiras
atualizado
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Uma nova ordem de prisão contra o executivo franco-brasileiro Carlos Ghosn foi emitida na França. A decisão foi de um juiz em Paris, segundo informou uma fonte à agência de notícias francesa AFP nesta terça-feira (4/7).
Ghosn vive hoje no Líbano, para onde partiu em 2019 em meio a investigação de escândalos no grupo Renault-Nissan sob seu comando.
A ordem de prisão internacional é parte de investigação sobre contratos do grupo automotivo Renault-Nissan. Ghosn já tem uma ordem de prisão internacional contra si emitida em 2022 por tribunal em Nanterre, também na França.
Na ocasião, promotores franceses investigavam Ghosn e outras quatro pessoas por ligação com uma concessionária no Oriente Médio que teria ajudado o grupo a desviar milhões da Renault, que é francesa. A Justiça estuda movimentações como a compra de um iate que faria parte dos desvios, inclusive para o bolso do próprio Ghosn.
Fuga de Ghosn do Japão
Antes de chegar ao Líbano, Ghosn vivia no Japão, onde enfrentava um julgamento por irregularidades financeiras com foco em sua atuação na japonesa Nissan, que tem aliança firmada com a Renault há duas décadas.
O ex-executivo tem cidadania libanesa, além de brasileira e francesa. O Líbano não extradita seus cidadãos, de modo que Ghosn segue na capital Beirute, segundo as últimas informações.
Ao sair do Japão de forma inesperada no fim de 2019, Ghosn disse não querer ser, segundo ele, “refém” da justiça japonesa, que chamou de “manipuladora”.
A fuga para o Líbano envolveu propina a ex-militares e disfarces, chamando a atenção da imprensa internacional na ocasião e descrita como uma “fuga de cinema”.