Brasil vai crescer igual ou acima da média mundial, diz Haddad
Para alcançar o crescimento, ele diz ser essencial investir em uma formação bruta de capital robusta e no mercado de trabalho fortalecido
atualizado
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), defendeu nesta terça-feira (20/8) o crescimento de qualidade do Brasil e afirmou que não há razão nenhuma para o Produto Interno Bruto (PIB) do país não crescer igual ou acima da média mundial.
“O Brasil, depois de 10 anos crescendo 1,5% ao ano, e temos per capita menos que isso, 0,5% ao ano, pode abrir um ciclo de crescimento sustentável no Brasil. Nós precisamos crescer. E ninguém está falando de crescer na média mundial, mas um pouco acima da média mundial. Não há razão nenhuma para o Brasil não crescer igual ou acima da média mundial”, defendeu Haddad em sua participação no “MacroDay”, evento promovido em São Paulo pelo banco BTG Pactual.
O ministro acredita que muitos seguem subestimando os avanços já realizados com ganhos de governança, com a Reforma Tributária e com o marco fiscal. Segundo Haddad, para alcançar o crescimento, é essencial investir em uma formação bruta de capital robusta e em um mercado de trabalho fortalecido, além de diminuir o estímulo fiscal.
“Nós estamos com uma restrição monetária muito severa, uma taxa de juro real bastante elevada e nós estamos com um estímulo fiscal que não está produzindo resultados importantes para a economia brasileira. Então, nós temos que diminuir o estímulo fiscal gradualmente”, apontou.
Segundo o ministro, o Banco Central (BC) precisa “olhar para as curvas de demanda e de oferta” quando for definir a taxa básica de juros. Para Haddad, o país está preparado para “decolar” e só é preciso calibrar as ações necessárias para alcançar esse objetivo.
“Tudo tem que ser pensado de forma orgânica para manter a qualidade desse crescimento”, declarou.
Meta fiscal
O ministro mostrou tranquilidade ao falar sobre a meta fiscal e as contas públicas, uma vez que a meta fiscal está fixada em lei. “Se todo mundo fizer o que está determinado pela lei ou pela Justiça, o Brasil vai transitar numa boa por 2024, 2025 e 2026”, disse.
Haddad defendeu a revisão de programas sociais para garantir que os benefícios atinjam seus verdadeiros públicos e não gerem problemas para a economia e contou que sua equipe apresenta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva as possibilidades de correções nos programas. O objetivo não é apenas para ajustar as contas públicas, mas também para que a atividade econômica não seja impactada por falta de gerenciamento dos benefícios.
“Não podemos correr o risco de tirar do mercado de trabalho quem pode trabalhar por uma distorção de um programa mal gerenciado”, afirmou.