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Brasil é “Botafogo” da taxa de juros real, diz secretário

Secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, disse que país tem maior taxa de juros real do mundo. Fazenda revisou projeção para o PIB

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Foto colorida de secretário Guilherme Mello, de terno e óculos em frente a bandeira do Brasil - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de secretário Guilherme Mello, de terno e óculos em frente a bandeira do Brasil - Metrópoles - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Ao falar sobre o cenário de desaceleração da economia brasileira prevista para os próximos trimestres, o secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, voltou a citar nesta quarta-feira (19/7) os efeitos da política monetária e disse que o Brasil “é o Botafogo” em taxa de juros real – em referência ao time do Rio de Janeiro que lidera o Campeonato Brasileiro de futebol.

“Nunca é demais lembrar, o Brasil é campeão mundial de taxa de juros real”, disse Mello. “Tanto a taxa ex-post, onde a gente é líder isolado – é o Botafogo do campeonato mundial de taxa de juros –, quanto em taxa de juros real ex-ante“, disse.

A taxa de juros nominal, a Selic, está em 13,75% e é definida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Já a taxa de juro real inclui o “custo” da inflação nos rendimentos na prática. No linguajar técnico, a taxa de juro real “ex-post” diz respeito a períodos passados e a “ex-ante”, a períodos futuros.

O governo tem questionado a política monetária desde o início do mandato e pressionado por um início do ciclo de cortes nos juros. Uma redução na taxa Selic é esperada para a reunião de agosto do Copom, diante das expectativas melhores de inflação.

“Essa manutenção de uma taxa de juros real extremamente descolada do resto do mundo tem impactado não só o mercado de crédito, obviamente, como tem impactado as variáveis fiscais, as variáveis econômicas e, portanto, tem impactos sociais”, disse Mello.

O secretário afirmou que o comentário não se trata de uma “crítica” à atuação do BC, mas a uma análise dos impactos, que chamou de “natural”. “Eu não estou fazendo uma crítica ao Banco Central, estou fazendo constatações com dados”, disse.

Mello falou sobre o tema ao apresentar nesta quarta-feira a nova edição do Boletim Macrofiscal, que trouxe revisão nas projeções do Produto Interno Bruto (PIB) e inflação.

O secretário citou também os custos fiscais da política monetária e disse que o gasto com juros da dívida pública deve chegar a R$ 680 bilhões no ano, o que afirmou configurar orçamento maior do que os gastos somados dos ministérios da Educação, Saúde e Desenvolvimento Social.

“Ou seja, praticamente todo o gasto social do Brasil é inferior ao volume de pagamento de juros”, disse. “Cada 1% de taxa de juros representa algo em torno de R$ 40 bilhões ao final do ano.”

Governo revisa projeções para PIB e inflação

A Secretaria de Política Econômica (SPE), vinculada à Fazenda, revisou de 1,9% para 2,5% sua projeção de crescimento do PIB no ano, enquanto reduziu as estimativas de inflação para 2023 e 2024. A projeção do governo para o PIB está acima do estimado pelo mercado financeiro até o momento.

No relatório, a SPE afirma que a revisão para 2023 foi motivada pelo crescimento de 1,9% no primeiro trimestre, que veio acima do esperado diante do impactado da colheita na agropecuária.

Para o segundo trimestre, porém, a expectativa é de crescimento menor, de 0,3%. As prévias da atividade econômica em maio e abril têm mostrado quedas bruscas, passado o efeito da safra do agro no começo do ano.

Já a previsão do governo para a inflação oficial medida pelo IPCA caiu de 5,58% para 4,85% em 2023. Se confirmada, a estimativa colocaria a inflação brasileira perto do teto da meta, de 4,75%.

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