Bradesco: Americanas toma medidas “desesperadas” contra investigações
Em manifestação à Justiça, Bradesco classifica como “chicana” a movimentação da Americanas para tentar suspender processo movido pelo banco
atualizado
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Em um novo capítulo da batalha judicial entre Bradesco e Americanas, o banco recorreu da decisão da Justiça de São Paulo de suspender a perícia realizada pela Kroll em ação movida contra a varejista e acusou a companhia de tomar medidas “desesperadas” com o intuito de atrapalhar as investigações sobre o escândalo contábil bilionário que veio à tona no início deste ano.
Em manifestação à Justiça, o Bradesco classifica como “chicana” a movimentação da Americanas para tentar suspender o processo de produção antecipada de provas no litígio entre o banco e a empresa.
Como noticiado pelo Metrópoles, a Americanas foi à Justiça e questionou a imparcialidade da consultoria Kroll, responsável por realizar a perícia no conteúdo dos e-mails trocados por executivos da varejista.
Segundo a Americanas, há um conflito de interesses envolvendo a Kroll e o escritório Warde Advogados, que representa o Bradesco, em uma ação de “semelhante complexidade e repercussão midiática”, envolvendo o site de e-commerce Kabum, o Itaú BBA e o Magazine Luiza.
“Quanto mais surgem evidências da participação dos controladores e dos conselheiros naquela que todos agora já chamam de a maior fraude corporativa do Brasil, mais desesperadas passam a ser as medidas adotadas pela Americanas para refrear as investigações e impedir que documentos comprometedores venham a público”, afirma o Bradesco à Justiça.
Ainda de acordo com o banco, os questionamentos da Americanas foram apresentados com atraso, uma vez que a Kroll foi nomeada no processo de produção antecipada de provas no dia 30 de janeiro, sem que a varejista tenha feito qualquer reclamação desde então.
“Há pelo menos seis meses, a Americanas sabe que há um outro litígio no qual o Warde Advogados representa os interesses de um cliente que contratou um parecer da Kroll para subsidiar sua briga. Logo, há muito tempo ela poderia ter arguido a fajuta suspeição que agora levanta”, diz o Bradesco.
“O Bradesco não tem como dizer se a Kroll tem algum contrato paralelo com certos credores da Americanas para lhes prestar serviços na recuperação judicial da varejista ou em qualquer outra frente do litígio. O peticionário apenas pode dizer que, se for esse o caso, o banco autor decerto não é um desses credores”, afirma o banco.
Procurada pela reportagem do Metrópoles, a Americanas ainda não se manifestou. O espaço segue aberto para a empresa.