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Bolsa fica perto de quebrar novo recorde e dólar avança a R$ 5,50

Ibovespa operou ao longo de toda a tarde em alta, mas, no fim do pregão, recuou 0,08%. Vale e cenário global favoreceram desempenho de ações

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1 de 1 Imagem de painel da Bolsa de Valores do Brasil - Metrópoles - Foto: Cris Faga/NurPhoto via Getty Images

A Bolsa brasileira (B3) ficou muito perto de quebrar um novo recorde nesta terça-feira (27/8). O Ibovespa, o principal índice da B3, operou em alta ao longo de toda a tarde, mas, no fim do pregão, registrou uma leve queda de 0,08%, aos 137.775 pontos. Na véspera, ele havia alcançado a marca histórica de 136.889 pontos. O dólar, por sua vez, valorizou-se frente ao real. A moeda americana fechou em elevação de 0,18%, cotado a R$ 5,50.

Desta vez, apesar da ausência de um novo recorde, o Ibovespa foi puxado pela Vale, cujas ações fecharam em alta de 3,36%, a R$ 60,00. A valorização da mineradora, avaliam analistas, foi resultado de dois fatores. Por um lado, a empresa valeu-se do aumento do preço do minério de ferro no mundo. O mercado também reagiu de forma positiva à indicação do novo presidente da empresa, Gustavo Pimenta, anunciada na noite de segunda-feira (26/8).

Há mais, contudo. A expectativa dos agentes econômicos em torno da conjuntura internacional passou a favorecer o desempenho da Bolsa, depois de um primeiro semestre nada animador para o mercado de capitais. O elemento-chave desse novo cenário é a crescente perspectiva de queda dos juros nos Estados Unidos – hoje fixados no intervalo entre 5,25% e 5,50%, o maior nível desde 2001. 

Existe uma forte convicção no mercado de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) cortará a taxa a partir da próxima reunião na qual discutirá o tema, em setembro. Essa previsão tem forte influência sobre o fluxo global de investimentos. 

“Aspirador” de dólares

Isso porque, com os juros elevados, os títulos do Tesouro americano, os Treasuries, considerados os mais seguros do mundo, tornam-se especialmente atrativos para os investidores. Nesse contexto, os EUA funcionam como uma espécie de draga, ou mesmo, aspirador de dólares globais.

Por outro lado, com a perspectiva de redução da taxa americana, aumenta o interesse do mercado global por aplicações de renda variável, como as ações negociadas em Bolsa – em especial, em países emergentes, como é o caso do Brasil. O fato é que, em suma, a queda dos juros nos EUA faz com que os dólares voltem a circular pelo mundo.

Quadro oposto no Brasil

E se os juros americanos, na visão dos analistas, tendem a cair, no Brasil dá-se o contrário. Por aqui, a previsão é que a taxa básica do país, a Selic, seja mantida pelo Banco Central em 10,50% ao ano até o fim de 2024 e, eventualmente, o primeiro trimestre de 2025. Para alguns técnicos, existe até a possibilidade de uma elevação da Selic nos próximos meses. Tudo isso só aumenta o interesse dos investidores pelo mercado de capitais nacional.

Questões pontuais, contudo, também têm impactado positivamente o Ibovespa. Nesta terça, foi o bom desempenho das ações da Vale. Na véspera, quando foi batido o recorte na B3, o índice foi puxado pela Petrobras. Na ocasião, a estatal favoreceu-se de uma elevação do preço internacional do petróleo, aliada a uma indicação positiva para seus papéis feita pelo banco americano Morgan Stanley. 

As ações da Vale e da Petrobras têm grande peso na Bolsa. No conjunto de 86 papéis de 83 companhias listadas no Ibovespa, a mineradora representa 13,3% do índice. A petroleira (contando ações ordinárias e preferenciais) soma 12,7%.

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