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Bolsa fica estável, com anúncio de ministros de Lula e exterior ruim

No Brasil, Lula anunciou uma nova leva de ministros e secretários, enquanto no exterior a revisão do PIB dos EUA causou uma queda na bolsa

atualizado

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Fábio Vieira/Metrópoles
Bolsa de valores
1 de 1 Bolsa de valores - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

A Bolsa de Valores brasileira encerrou o dia praticamente no zero a zero, com alta de 0,1%, aos 107.551 pontos. O Ibovespa, principal índice de ações do mercado, teve um dia de volatilidade, com investidores atentos ao noticiário local e externo.

No Brasil, o anúncio de mais uma leva de ministros e secretários do futuro governo Lula fez a Bolsa subir pela manhã. Os anúncios, em si, não trouxeram muita surpresa, uma vez que os nomes ligados à economia já estavam sendo ventilados na imprensa.

Entre os ministro ligados à área financeira estão Geraldo Alckmin, vice de Lula e futuro ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e Esther Dweck, chefe do Ministério da Gestão, pasta criada no novo governo.

Já na Fazenda, o futuro ministro Fernando Haddad anunciou quatro novos secretários. São eles: Guilherme Mello, na Secretaria de Política Econômica, Rogério Ceron, no Tesouro Nacional, Robinson Barreirinhas, na Receita Fiscal, e Marcos Barbosa Pinto como secretário de Reformas Econômicas.

A equipe anunciada hoje não traz nenhum nome ligado ao mercado. O que apaziguou os ânimos dos investidores foi o discurso de Lula durante a coletiva convocada para divulgar os nomes dos ministros. Na fala, o futuro presidente afirmou que trabalhará para ajudar os mais pobres e para que “todos ganhem”.

“Não deixem de cobrar, porque se vocês não cobram, a gente acha que está acertando. Nós não precisamos de puxa-saco ou tapinha nas costas. O governo tem que ser cobrado todo santo dia, para que possamos aprimorar nossa capacidade de trabalho”, disse Lula.

Só o fato do discurso ter sido morno, sem grandes sustos ou sem menção explícita a um aumento de despesas, já deixou o mercado aliviado. Em falas recentes, o futuro presidente atacou a disciplina fiscal e a política do teto de gastos.

Cenário global

No exterior, uma notícia relacionada ao PIB dos Estados Unidos derrubou os mercados. Curiosamente, a notícia era boa: as autoridades americanas revisaram o valor de crescimento da economia no terceiro trimestre de 2,9% para 3,2%.

Uma economia mais aquecida é má notícia para as bolsas de valores, pois indica que o Banco Central dos Estados Unidos (Federal Reserve) não deverá reduzir os juros tão logo. Isso porque a atividade econômica, a geração de empregos e a inflação são os três fatores avaliados pelo Fed para formular a política monetária.

Juros altos significam um desestímulo para investimentos na Bolsa, seja pelo efeito negativo sobre o custo de crédito para as empresas, seja porque, com taxas elevadas, o rendimento de títulos da dívida pública fica mais atrativo. Dessa forma, há uma migração de investimentos da Bolsa para outros investimentos.

No fim do dia, o cenário interno prevaleceu, pelo menos em relação ao dólar. A moeda americana recuou 0,3% e encerrou o dia cotada a R$ 5,18.

 

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