Bolsa fecha em queda e dólar volta aos R$ 5, com declarações de Lula
Ele afirmou que “dificilmente” governo vai zerar o déficit em 2024. O Ibovespa, a moeda americana e os juros futuros acusaram o golpe
atualizado
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Os ativos brasileiros acusaram, na tarde desta sexta-feira (27/10), o golpe dado pelas declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre as perspectivas para as contas públicas de 2024. Em encontro com jornalistas, Lula disse que “dificilmente” o governo cumprirá a meta de zerar o déficit fiscal no próximo ano.
O Ibovespa, por exemplo, fechou em queda de 1,29%, aos 113.301 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira (B3) chegou a subir 0,49% pela manhã. Depois disso, vinha andando de lado na maior parte da sessão. Após a manifestação do presidente, contudo, iniciou uma queda mais agressiva.
Nem a forte valorização das ações da Vale, que chegaram a subir 3,52% no pregão e têm forte peso no Ibovespa, foram suficientes para salvar o dia na Bolsa. Apenas os papéis de dez empresas, num total de 86 que compõem o índice, valorizaram nesta sexta.
A Usiminas ficou entre os destaques positivos do pregão. Apesar de a mineradora ter divulgado um prejuízo de R$ 166 milhões no terceiro trimestre deste ano, revertendo um lucro de R$ 609 milhões no mesmo período de 2022, as ações da companhia avançaram 3,85%. Isso porque, embora ruins, os números foram melhores do que os fixados nas previsões do mercado.
Na avaliação da analista Gabriela Sporch, da Toro Investimentos, a fala do presidente também afetou as expectativas sobre os juros. “Isso causou um estresse bem relevante nas taxas futuras”, disse, observando que elas registravam uma alta de mais de 2%, pouco antes das 17 horas.
Dólar
O dólar também não passou incólume às declarações do presidente. Ele encerrou a sessão desta sexta em alta de 0,46%, cotado a R$ 5,012, depois de ter atingido a mínima de R$ 4,931 e a máxima de R$ 5,019. Durante a manhã, a moeda americana havia registrado queda de 1,10%. Na semana, porém, ela acumula um recuo de 0,35%. No mês, a redução foi de 0,28% e, no ano, ela apresentou queda de 5,03%.