Bolsa fecha em queda, com crise dos bancos americanos no radar
O Ibovespa encerrou o dia (13/3) em queda de 0,5%, com os investidores da Bolsa atentos à situação das instituições financeiras nos EUA
atualizado
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A crise das instituições financeiras dos Estados Unidos contaminou o mercado brasileiro. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), encerrou o dia com perdas de 0,5%, aos 103.121 pontos. Foi o menor nível da Bolsa desde dezembro de 2022.
A quebra de dois bancos comerciais nos Estados Unidos criou um ambiente de pânico entre as instituições financeiras. No sábado (11/3), o Silicon Valley Bank (SVB), um banco especializado no atendimento a startups e empresas de tecnologia, decretou falência.
Apenas um dia depois, o Signature Bank também pediu concordata e tornou-se o terceiro maior banco a quebrar nos Estados Unidos. A instituição tinha depósitos totais de US$ 89 bilhões (cerca de R$ 460 bilhões).
As ações de bancos americanos encerraram com queda de até 50% nesta segunda-feira (13/3). Por aqui, as ações do Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil tiveram queda de cerca de 1% no pregão.
Além do contágio pela crise dos bancos americanos, as instituições brasileiras também repercutiram a perspectiva de juros menores. A crise dos Estados Unidos deve levar os bancos centrais (inclusive o brasileiro) a repensar o aperto monetário, com objetivo de aliviar a crise sobre o setor financeiro.
Essa perspectiva de uma possível queda da Selic beneficiou as empresas brasileiras ligadas ao consumo. As varejistas Via (dona das Casas Bahia e Ponto) e Magazine Luiza avançaram 12% e 10%, respectivamente.
Já entre as piores quedas ficaram a produtora sucroalcooleira São Martinho e as petroleiras 3R e Prio (antiga PetroRio). Tanto a empresa de etanol quanto as produtoras de petróleo foram afetadas pela queda na cotação do petróleo nesta segunda-feira. A perspectiva de desaceleração da economia global tem afetado os preços de commodities.
Dólar
O dólar encerrou a sessão em alta de 1,1%, cotado a R$ 5,27. A crise nos Estados Unidos aumentou a percepção de risco dos investidores, que retiram recursos de mercados emergentes e buscam refúgio na moeda americana.