Bolsa fecha em alta e dólar cai com reforma tributária e ata do Copom
Investidores reagiram à aprovação do parecer sobre a reforma tributária na CCJ do Senado e à ata do Copom. Ações do varejo dispararam
atualizado
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O Ibovespa, principal indicador do desempenho das ações negociadas na Bolsa de Valores brasileira, fechou em forte alta nesta terça-feira (7/11), dia no qual o mercado financeiro voltou suas atenções, principalmente, para o cenário econômico doméstico.
O índice encerrou o pregão em alta de 0,69%, ultrapassando os 119 mil pontos (119.249,35).
No dia anterior, o Ibovespa fechou com ganhos de 0,23%, aos 118,4 mil pontos.
O principal destaque do dia foi a aprovação, pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, do parecer do senador Eduardo Braga (MDB-AM) sobre o projeto da reforma tributária.
O texto da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº45/2019 foi aprovado com 20 votos favoráveis e seis contrários. Conforme determina o regimento, o presidente do colegiado, Davi Alcolumbre (União-AP), não registrou voto.
O texto foi apresentado pelo relator no dia 25 de outubro. Assim, os membros da comissão tiveram duas semanas para analisá-lo.
Na noite de segunda-feira (6/11), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu com lideranças do Senado e ministros para alinhar os últimos detalhes da votação. A reforma é uma das principais pautas econômicas do governo, considerada a maior prioridade do ano. A PEC foi aprovada em dois turnos pela Câmara dos Deputados no fim do primeiro semestre.
Agora, o texto seguirá para votação no plenário do Senado, o que deve ocorrer na quarta-feira (8/11).
Ata do Copom
Nesta terça, os investidores também repercutiram a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), na semana passada. O colegiado voltou a reduzir a taxa básica de juros (Selic) em 0,5 ponto percentual, para 12,25% ao ano.
Segundo a ata divulgada pelo Copom, aumentou a preocupação da autoridade monetária em relação ao cumprimento das metas fiscais por parte do governo.
“O Comitê reforçou a visão de que o esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal, o aumento de crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, com impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade”, afirma o Copom.
“O Comitê vinha avaliando que a incerteza fiscal se detinha sobre a execução das metas que haviam sido apresentadas, mas nota que, no período mais recente, cresceu a incerteza em torno da própria meta estabelecida para o resultado fiscal, o que levou a um aumento do prêmio de risco. Tendo em conta a importância da execução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação e, consequentemente, para a condução da política monetária, o Comitê reafirma a importância da firme persecução dessas metas”, diz a ata do BC.
Disparada do varejo
O resultado do Ibovespa no pregão desta terça também foi impulsionado por mais uma sessão de bom desempenho de ações ligadas ao varejo. A maior alta do dia ficou com o Magazine Luiza, que subiu mais de 23%, reeditando o que já havia ocorrido na semana passada.
As ações das Casas Bahia também avançaram forte, encerrando o pregão com alta de 15%.
A disparada do varejo é explicada, entre outros fatores, por um momento mais favorável no noticiário sobre a taxa de juros, com a redução da Selic pelo Copom e a manutenção dos juros nos Estados Unidos no patamar em que estavam.
Embora seja o maior nível da taxa de juros americana em 22 anos, ela se manteve inalterada pela segunda reunião seguida do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Fed.
Dólar
Em direção contrária à da Bolsa, o dólar operava em baixa no fim da sessão. A moeda americana recuou 0,25%, negociada a R$ 4,875.
Na véspera, o dólar caiu 0,16%, cotado a R$ 4,887, o menor patamar em mais de um mês.
Com o resultado, a moeda acumula quedas de 3,29% no mês e de 7,64% no ano.