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Bolsa encerra a semana com perdas de 3%, após falas de Lula sobre o BC

A Bolsa recuou 1% nesta sexta-feira (3/2) e encerrou a semana com desvalorização de 3%, com independência do BC no radar de investidores

atualizado

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Bolsa de valores sao paulo b3 queda
1 de 1 Bolsa de valores sao paulo b3 queda - Foto: Fábio Vieira/Metrópoless

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), recuou 1,5% nesta sexta-feira, aos 108.523 pontos. No acumulado da semana, a Bolsa registrou perdas de 3,4%, no pior desempenho desde a segunda semana de dezembro.

Os investidores reagiram negativamente a novas falas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a independência do Banco Central.

Em entrevista exibida pela RedeTV!, o chefe do Executivo voltou a colocar em xeque a autonomia do BC, deixando em aberto a possibilidade de rever o modelo quando terminar o mandato do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto.

“Quero saber do que serviu a independência do Banco Central. Eu vou esperar esse cidadão [Campos Neto] terminar o mandato dele para fazermos uma avaliação do que significou o BC independente”, afirmou Lula.

Questionado se poderia rever a autonomia do BC após o fim do mandato de Campos Neto, Lula respondeu: “Eu acho que pode, mas quero dizer que isso é irrelevante para mim. Isso é irrelevante, não está na minha pauta. O que está na pauta é a questão da taxa de juros”.

O presidente atacou o nível atual da taxa Selic, em 13,75% ao ano, dizendo que os juros são um entrave para o crescimento da economia. Desde 2021, o Banco Central tem aumentado a Selic para combater uma inflação que chegou a 10% naquele ano e que segue acima da meta inflacionária.

O ataque de Lula ao nível dos juros reforçou a percepção do mercado de que o governo poderá tolerar um nível de inflação mais elevado. Se assim for, os juros devem demorar mais a cair, embora seja o oposto do que deseja Lula, diante do discurso recente.

Ações que mais caíram e subiram

No dia, as ações ligadas ao consumo foram as mais penalizadas. A perspectiva de uma Selic alta por mais tempo prejudica a concessão de crédito e a renda das famílias brasileiras.

Por isso, empresas como o grupo educacional Yduqs e a administradora de saúde Hapvida registraram perdas perto dos 10% nesta sexta-feira.

Já no lado positivo ficaram as produtoras de papel e celulose Suzano e Klabin, com valorização de 2%. Como todas as empresas exportadoras, as duas companhias tendem a se beneficiar da alta do dólar.

Dólar

Em alta durante praticamente todo o dia, a moeda americana fechou a sessão avançando 2,03%, negociada a R$ 5,148 – a cotação máxima do dia. Na mínima, o dólar recuou para R$ 5,060.

Na véspera, o dólar fechou a sessão em queda de 0,3%, a R$ 5,045, no menor valor de fechamento desde agosto do ano passado.

Na sessão de quinta-feira (2/2), a moeda chegou à mínima de R$ 4,941. O dólar não era negociado abaixo de R$ 5 havia oito meses, desde o dia 10 de junho de 2022, quando foi a R$ 4,8853 durante o pregão e fechou em R$ 4,9871.

Com o resultado desta sexta, a moeda americana fechou a semana com alta acumulada de 0,72%. No acumulado do mês, até aqui, o avanço é de 1,47%. Em 2023, no entanto, o dólar registra queda de quase 2,47%.

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