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Bolsa e dólar fecham em baixa na primeira semana de governo Lula

Primeiros dias do governo Lula foram marcados por volatilidade na Bolsa e no câmbio, com investidores tentando interpretar novo discurso

atualizado

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Fábio Vieira/Metrópoles
Bolsa de valores sao paulo b3 queda
1 de 1 Bolsa de valores sao paulo b3 queda - Foto: Fábio Vieira/Metrópoles

Se pudesse usar uma figura para explicar como foi a primeira semana do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o investidor poderia citar uma montanha-russa. Empossado no domingo, dia 1º, o novo mandato ainda é uma incógnita para a Bolsa de Valores e o mercado financeiro.

Pudera. Foram apenas cinco dias de gestão petista e inúmeros sinais trocados. Os ministros e secretários escolhidos por Lula deram opiniões, muitas vezes, contraditórias e difíceis de serem interpretadas.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa, encerrou a sexta-feira com alta de 1,2%, aos 108.964 pontos. Na semana, o indicador de ações acumulou perdas de 0,7%.

A confusão mais notável da semana foi a envolvendo o novo ministro da Previdência. Carlos Lupi, dedicou boa parte do seu discurso de posse, nesta semana, para negar o déficit nas contas de aposentadoria e pensão.

O discurso contradiz os próprios dados oficiais do Orçamento, que estimam um déficit de R$ 350 bilhões na Previdência do INSS, servidores públicos e militares em 2023.

Lupi foi expressamente desautorizado na manhã de hoje por Rui Costa, ministro da Casa Civil, em uma entrevista ao jornal Valor Econômico.

“Claro que tem déficit previdenciário, negar isso é negar a realidade. Vamos ter um negacionista dentro do nosso governo? O déficit da Previdência pública é enorme, continua enorme apesar de todas as reformas”, disse Costa.

Na entrevista, o ministro-chefe da Casa Civil disse, ainda, que recomendou que Lupi “jogasse a gasolina dele fora” e que foi convocado com “extintores” para apagar o incêndio causado pela fala do representante da pasta da Previdência.

Na terça-feira (3/1), dia em que o novo ministro defendeu uma “antirreforma” para desfazer parte das mudanças aprovadas em 2019 nas regras de concessão de aposentadorias e pensões, a Bolsa despencou 2% e o dólar subiu ao maior patamar desde julho passado.

No dia seguinte, outro fator fez o mercado mudar de rumo. Em entrevista a jornalistas, Jean Paul Prates, nome indicado por Lula para a presidência da Petrobras, negou que o governo tenha intenção de mexer na política de preços dos combustíveis.

“A Petrobras não faz intervenção em preços, ela cumpre o que o mercado e o governo criam de contexto. É um contexto. A Petrobras reage a um contexto. Então, a gente vai criar a nossa política de preços para os nossos clientes, para as pessoas que compram da Petrobras. A gente não pode influenciar”, disse Prates.

A declaração aliviou a pressão sobre as ações da Petrobras, que chegaram a cair 6% na segunda-feira (2/1). Embora as cotações tenham subido nos últimos três pregões, os ganhos não foram suficientes para apagar uma desvalorização de 2% acumulada na semana pela Petrobras.

Dólar

O dólar encerrou o a sexta-feira (6/1) em queda de mais de 2% e recuou para a casa dos R$ 5,23. Desde segunda-feira, a desvalorização acumulada foi de quase 3%.

Na semana, a moeda americana chegou a alcançar os R$ 5,40, mas perdeu força com as tentativas do governo de apagar discursos incendiários. Além disso, os dados de emprego mais fortes nos Estados Unidos colaboraram para uma mudança nas expectativas para a política monetária do país.

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