Bolsa dispara e dólar cai com prazo de “furo no teto” reduzido a 1 ano
Equipe de transição teria fechado negociação que prevê a autorização de valores fora do teto apenas no primeiro ano do mandato de Lula
atualizado
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A Bolsa de Valores brasileira encerrou a terça-feira (20/12) em alta de 2%, impulsionada por uma melhora na expectativa dos investidores sobre o teto de gastos. O Ibovespa, índice de maior importância do mercado, alcançou os 106.864 pontos.
A principal notícia do dia foi que o futuro governo teria costurado um acordo para aprovar a PEC de Transição. No acordo, ficou estabelecido que a permissão para executar despesas acima do teto de gastos valeria somente para 2023, no primeiro ano do governo de Lula.
O valor discutido está em torno de R$ 170 bilhões, e a maior parte dos recursos vai para o Bolsa Família. A PEC poderá ser votada ainda na noite de hoje.
Além da redução do prazo, os investidores ficaram aliviados por uma possível redução no tamanho do furo do teto. O texto da PEC que veio do Senado previa despesas acima de R$ 200 bilhões.
Se o governo for autorizado a gastar menos e por apenas um ano, os índices de preços não devem subir tanto quanto esperado, e o Banco Central não seria obrigado a entrar em cena para subir a Selic e controlar a inflação.
Essa lógica é benéfica para os ativos da Bolsa de Valores e para os investimentos no Brasil, de forma geral. Por isso, o dólar também operou em queda nesta terça-feira e chegou a R$ 5,20. Ontem, a moeda americana estava cotada a R$ 5,31.
Empresas aéreas e varejo
A queda do dólar beneficiou as companhias aéreas na Bolsa. A Gol subiu 11% na sessão e a Azul avançou 7%. Como os custos dessas empresas são atreladas ao dólar, em razão principalmente do combustível das aeronaves, a perspectiva de um real mais forte animou os investidores.
Além disso, a perspectiva de juros mais comportados beneficiou as empresas de consumo. As ações da Via (dona das marcas Casas Bahia e Ponto), Natura e Magazine Luiza subiram perto de 10%.
Ontem, esses papeis já tinham avançado perto dos dois dígitos. Como essas empresas dependem do crédito para crescer, a expectativa de juros mais baixos traz mais otimismo para os investidores.