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Bolsa dispara e dólar cai, com expectativa de corte de juros nos EUA

Em dia positivo para o mercado brasileiro, Ibovespa subiu 1,31%, aos 136.110 pontos, e moeda americana fechou em queda de 0,03%, a R$ 5,63

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1 de 1 Imagem de reflexo de painel da Bolsa de Valores do Brasil - Metrópoles - Foto: Cris Faga/NurPhoto via Getty Images

Os fechamentos tanto da Bolsa de Valores (B3) como do dólar trouxeram resultados positivos para o mercado brasileiro nesta quarta-feira (4/9). O Ibovespa, o principal índice da B3, registrou alta de 1,57%, aos 136.461 pontos. A moeda americana apresentou leve queda de 0,03%, cotado a R$ 5,63, algo que, na prática, representou uma estabilidade em relação ao real.

Nos dois casos, os resultados foram consequência, notadamente, do impacto de dados divulgados nos Estados Unidos. Eles reafirmaram a tese vigente no mercado de um iminente corte de juros nos Estados Unidos.  

Nesse caso, o relatório Jolts (Job Openings and Labor Turnover Survey), divulgado pelo Escritório de Estatísticas do Trabalho dos EUA, mostrou que a criação de empregos nos setores não agrícolas recuou entre junho e julho. Ela caiu de 7,91 milhões para 7,67 milhões. Em julho de 2023, havia ficado em 8,8 milhões.

Na avaliação João Vitor Saccardo, responsável pela mesa de renda variável da Convexa, essa redução, embora pequena, foi interpretada como um sinal de desaquecimento da economia americana. Tal cenário, como já observado, corrobora a tese de que o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) corte os juros básicos do país, hoje fixados no intervalo entre 5,25% e 5,50%, maior nível desde 2001. 

Baixa dos títulos americanos

A perspectiva de queda da taxa diminui a atratividade dos títulos da dívida americana, os Treasuries. Saccardo observa que, nesta quarta, esses papéis com vencimento para 10 anos estão recuando 1,10%, por exemplo. Isso tende a aumentar o interesse dos investidores por ativos de risco, como as ações negociadas em Bolsa, além de diminuir a pressão de alta do dólar.

Livro Bege

Felipe Castro, planejador financeiro e sócio da Matriz Capital, observa que a alta do Ibovespa refletiu um dia de “otimismo generalizado do mercado”, diante da divulgação também nesta quarta-feira do Livro Bege, como é chamado o relatório do Federal Reserve (o banco central americano), que traça um retrato abrangente da conjuntura econômica dos EUA. 

O documento, avalia Castro, mostrou que o número de distritos que relataram atividade econômica estável ou em queda passou de cinco para nove. “Além disso, o payroll (relatório de empregos) tem apontado o desaquecimento do mercado de trabalho americano”, diz. “Acredito que esses dados abrem ainda mais espaço para a tão esperada queda de juros, da ordem de 0,5%, para os próximos meses nos EUA.”

Altas na Bolsa

No caso da Bolsa, dados da consultoria Elos Ayta mostram que somente oito das 86 ações do Ibovespa fecharam no campo negativo. Entre as maiores altas da sessão, os destaques ficaram com Pão de Açúcar, Embraer e Marfrig. As ações do frigorífico subiram 7,46% com o anúncio do fechamento do acordo para a fusão com a BRF, que traz o peso das marcas Sadia e Perdigão para a produtora de proteína. 

No caso da Embraer, a alta de 5,80% foi puxada pela informação de que a BlackRock, a maior gestora de ativos do mundo, aumentou sua participação na empresa para quase 5,5% do capital social. Já a alta do Pão de Açúcar, de 9,12% e a maior do dia, concentrou parte do otimismo do mercado, “apesar do marasmo do noticiário específico para a empresa”. “Essa volatilidade é típica de ações alvo de especulação, caso do grupo que tem registrado fortes dias de altas e baixas no ano”, afirma Castro.

Maiores baixas

Entre as maiores baixas da sessão, destacaram-se o IRB, a Caixa Seguridade e a 3R Petroleum, que passa a ser negociada com o símbolo BRAV3, em referência ao novo nome da empresa, Brava Energia, a partir da segunda (9/9). “Aparentemente, a mudança não mudou a perspectiva do mercado para a empresa, que acumula desvalorização superior a 10% no ano, sendo 1,75% no pregão de hoje”, diz o analista. 

A Caixa Seguradora, para o técnico, “devolveu” com a queda de 6,27% desta quarta parte da valorização observada nos últimos dias, com a entrada no Ibovespa, o que “trouxe um fluxo comprador”. “O IRB operou em baixa também ‘devolvendo’ parte dos ganhos registrados em relevantes altas recentes”, acrescenta.

Fluxo cambial

Felipe Castro observa que o dólar opera em leve queda, tanto à vista quanto no mercado futuro, diante da perspectiva de baixa dos juros americanos, o que “trará fluxo cambial para o Brasil, reduzindo a escassez da moeda estrangeira por aqui”. “Além disso, os juros futuros também operam em queda ao longo de toda a curva, em aparente otimismo do mercado diante das perspectivas para a economia americana”, afirma o especialista.

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