Bolsa desaba e dólar reverte queda, no primeiro pregão pós-Selic

A Bolsa brasileira (B3) opera em forte baixa nesta quinta-feira (12/12). Por volta das 12h30, o Ibovespa, o principal índice da B3, registrava queda de 2,12%, a 126.839 pontos. O recuo ocorre no dia seguinte ao aumento de 1 ponto percentual da taxa básica de juros, a Selic, que foi fixada em 12,25% pelo Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC).

E a queda do Ibovespa está associada à alta da Selic, na avaliação de Emerson Vieira Junior, responsável pela mesa de câmbio da Convexa Investimentos. Isso porque, com a elevação dos juros, os ativos de renda fixa tornam-se mais atrativos para os investidores, em detrimento das ações negociadas em Bolsa, cuja renda é variável.

“Com os juros a 12,25% (novo valor definido pelo Copom) e uma indicação do BC de que teremos mais dois aumentos de 1 ponto percentual, o que levaria a taxa a pelo menos 14,25% ao ano, quem vai investir em renda variável com a renda fixa pagando tanto?”, questiona Vieira.

O técnico observa que, além disso, sempre que há aumento de juros, os ativos em Bolsa ficam depreciados. Outro ponto é que, para muitos analistas de mercado, os juros podem chegar a um patamar entre 14,75% e 15% em 2025.

Queda geral

O aumento dos juros atinge diretamente as empresas que financiam suas vendas, como as companhias do setor do varejo. Por isso, entre as maiores quedas desta quinta-feira do Ibovespa, os papéis do Carrefour despencavam 8,47%.

Mas o recuo é generalizado no pregão. As ações de maior peso no Ibovespa também apresentavam baixa às 12h30. A Petrobras, por exemplo, recuava 5,67% e a Vale, quase 3%. Os bancos não tinham um desempenho melhor. O Itaú cai 0,92% e o Bradesco, 2,86%.

Dólar reverte queda

Às 12h30, o dólar inverteu a tendência de queda e registrava leva alta de 0,09%, número que ainda indicava estabilidade da cotação. Nesse horário, a moeda americana era avaliada em R$ 5,97 em relação ao real.